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Khamenei evoca relação diplomática com os EUA
Discurso visa o próximo presidente americano
DA REDAÇÃO
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou ontem que "será o primeiro a
apoiar o reatamento das relações diplomáticas com os Estados Unidos" se isso for conveniente para o regime islâmico.
Ele discursou para um grupo
de estudantes na região de
Yazd, e sua predisposição é interpretada como um recado ao
próximo presidente americano, caso ele -ou ela- não adote
a mesma política agressiva de
George W. Bush.
Khamenei, sucessor do aiatolá Ruhollah Khomeini, costuma se pronunciar por alegorias
ou afirmações indiretas. Sua retórica é bem diferente da praticada pelo grosseiro e intempestivo presidente Mahmoud Ahmadinejad, que na hierarquia
oficial iraniana é um subordinado do líder supremo xiita.
As relações entre Teerã e
Washington ficaram abaladas
em 1979, com a revolução islâmica que derrubou o xá Reza
Pahlavi, e foram rompidas com
a ocupação da embaixada americana e o seqüestro por 444
dias de seus funcionários.
"Eu nunca afirmei que essa
ruptura era definitiva", afirmou Khamenei. Disse, porém,
que hoje uma hipotética retomada das relações "iriam ferir
os interesses" de seu país. Isso
porque ela permitiria que os
EUA, "que nos hostilizam desde a revolução", praticassem
"infiltração e espionagem".
O aiatolá afirmou que o Irã
precisará daqui a duas décadas
de 20 mil megawatts de eletricidade produzidos por reatores
nucleares, num projeto ao qual
o governo americano procura
colocar obstáculos.
Esse é hoje o principal ponto
de atrito entre Teerã e Washington, que acusa o regime islâmico de, ao enriquecer urânio
em escala industrial, procurar
combustível para produzir uma
bomba atômica. Recente relatório dos serviços americanos
de inteligência afirmou que até
2003 esse programa paralelo
estava ainda ativo.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) tem
criticado a inconsistência das
informações iranianas e a impossibilidade de seus inspetores fiscalizarem todas as instalações nucleares do país.
O Irã já foi objeto de duas resoluções com sanções no Conselho de Segurança da ONU.
Suas ambições nucleares preocupam a União Européia -o
presidente francês, Nicolas
Sarkozy, chegou a evocar a opção militar - e até países com
os quais Teerã tem proximidade, como a Rússia e a China.
Com agências internacionais
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