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Choque entre Corte e Congresso alimenta crise no Paraguai
Legislativo anula decisão de tribunal que restituiu juízes afastados em 2003; oposição acusa Lugo de ingerência
DA REDAÇÃO
O Congresso do Paraguai rejeitou decisão da Corte Constitucional do país que restituiu
ao tribunal dois magistrados
afastados em 2003 pelo próprio
Legislativo. A oposição acusa o
presidente Fernando Lugo de
estar por trás da sentença judicial, fazendo do choque de Poderes mais um ingrediente da
crise política que pressiona o
Executivo paraguaio.
A determinação contra a
Corte Constitucional foi votada
na tarde de sábado, em sessão
extraordinária conjunta da Câmara e do Senado. Por unanimidade, governistas e opositores apoiaram a resolução de repúdio à sentença do tribunal,
da quarta passada, que restituiu os ex-juízes Bonifacio Ríos
e Carlos Fernández Gadea.
O Congresso acordou ainda
abrir investigação sobre os três
juízes que assinaram a sentença. Ríos e Fernández alegavam
não terem tido direito à ampla
defesa em 2003, quando o Legislativo lhes condenou por
"mau desempenho", algo previsto na Constituição.
Impeachment
Os legisladores classificaram
a sentença da Corte de "golpe
jurídico". Opositores de Fernando Lugo desafiaram o presidente esquerdista a provar que
não está por trás da medida.
Antes da sessão, Lugo convocou a imprensa para declarar
que também rejeitava a decisão
da Corte Constitucional. "Desminto categoricamente qualquer tipo de insinuação de intromissão do Poder Executivo
em competências de outros Poderes do Estado", disse.
A oposição argumenta que o
presidente estaria interessado
na sentença que revoga uma
destituição determinada pelo
Legislativo para criar um precedente jurídico que lhe protegeria de um impeachment.
Há acusações de golpismo e
tentativas de desestabilização
de parte a parte, e os governistas dizem que é a oposição a
maior interessada em criar um
quadro de caos institucional.
Há meses o Congresso, onde
o governo não tem maioria,
ameaça processar Lugo por
"mau desempenho". O presidente também enfrenta a oposição do vice, Federico Franco,
do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), o maior da coalizão que lhe elegeu em 2008.
A Corte Constitucional prevê
reunião para amanhã para analisar a situação. O tribunal tem
apenas 7 dos 9 magistrados que
o compõe por conta de um impasse entre governo e oposição.
Com agências internacionais
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