São Paulo, terça-feira, 04 de janeiro de 2011

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Republicanos investigarão WikiLeaks

Oposição prevê abrir comissão de inquérito na Câmara dos Representantes sobre megavazamento diplomático

Partido, que controlará a Casa, considera a Casa Branca lenta e fraca na reação ao site e ao seu criador, Julian Assange

EWEN MACASKILL
DO "GUARDIAN"

O Partido Republicano, que assume amanhã o controle da Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA, planeja abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o WikiLeaks e seu criador, Julian Assange.
No fim de novembro, o site foi o responsável pelo vazamento de mais de 250 mil papéis diplomáticos dos EUA.
A iniciativa foi listada como uma das prioridades, para a próxima legislatura, da bancada oposicionista, que tomará dos democratas o controle sobre várias comissões da Casa.
A manobra tem em parte fundo político, visando o secretário da Justiça, Eric Holder, que os republicanos consideram muito lento e fraco na reação aos vazamentos.
No mês passado, ele disse que o Departamento da Justiça estuda que ação tomar contra Assange, mas seus assessores ainda buscam a legislação sob a qual possam processar um cidadão australiano.
"Se o presidente diz: "Eu não posso lidar com esse cara como um terrorista", então ele tem de ser capaz de tratá-lo como criminoso. De outra forma o mundo estará rindo do tigre de papel que nos tornamos", afirmou anteontem o representante Darrel Issa.
Issa presidirá a Comissão de Revisão da Câmara e defende a renúncia de Holder. Ontem, o site "Politico" publicou a lista de áreas que a comissão de Issa deve investigar, incluindo o WikiLeaks.
A comissão, que tem vasta atuação nas áreas de corrupção e desperdício de recursos, tem o poder para interrogar testemunhas dos mais altos escalões de Washington. As audiências poderiam começar até o fim deste mês.
Issa afirmou que planeja investigar o WikiLeaks para que "os diplomatas possam trabalhar com confiança e as pessoas possam falar ao nosso governo com confiança".
O representante republicano sugeriu ainda que o novo Congresso terá de aprovar uma legislação específica para tentar impedir que vazamentos similares ocorram.
Doug Schoen, ex-assessor do Departamento de Estado, advertiu Issa, na TV Fox News, para não superestimar seus poderes e permitir que os investigadores que tentam processar Assange terminem os trabalhos.


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