São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Aumento do PIB não basta para avanço

DE BUENOS AIRES
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de destacarem a importância do crescimento do PIB, os especialistas consultados pela Folha defendem que crescer somente não basta para gerar avanço social.
"O crescimento da economia é uma condição necessária, mas não suficiente para reduzir a pobreza", diz Ricardo Portillo, economista da consultoria venezuelana Datanálisis.
Segundo ele, na Venezuela o crescimento tem ligação direta com o aumento dos gastos públicos. Faltam, ressalta, investimentos no setor produtivo para geração de empregos, o que só seria possível com investimento privado.
"Todas essas medidas intervencionistas espantam capital. Há muita experiência na Venezuela e na América Latina a respeito de essas políticas comprometem a redução da pobreza, mas nossos líderes insistem nisso."
Renato Baumann, da Cepal, pondera também que a decisão de aumentar a atuação do Estado na política de controle de preços, como acontece na Argentina, já foi tentada no Brasil sem sucesso.
O economista argentino Ernesto Kritz, consultor da Sociedade de Estudos do Trabalho que acaba de terminar um estudo sobre o índice de bem-estar nos lares de seu país, destaca ainda que, com o incremento do PIB, melhoraram as condições de vida -mas a redução da pobreza ocorre em ritmo bem menos acelerado que o crescimento.
A Argentina viveu uma recessão após 1998 e chegou ao auge de uma crise de grande magnitude, com implicações políticas e sociais, em 2001 e 2002. A recuperação, porém, revelou um núcleo duro de problemas sociais: conforme o país foi se distanciando da crise, o crescimento da economia foi gerando proporcionalmente menos avanços.


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