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Aumento do PIB não basta para avanço
DE BUENOS AIRES
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de destacarem a
importância do crescimento
do PIB, os especialistas consultados pela Folha defendem que crescer somente
não basta para gerar avanço
social.
"O crescimento da economia é uma condição necessária, mas não suficiente para
reduzir a pobreza", diz Ricardo Portillo, economista
da consultoria venezuelana
Datanálisis.
Segundo ele, na Venezuela
o crescimento tem ligação
direta com o aumento dos
gastos públicos. Faltam, ressalta, investimentos no setor
produtivo para geração de
empregos, o que só seria possível com investimento privado.
"Todas essas medidas intervencionistas espantam
capital. Há muita experiência na Venezuela e na América Latina a respeito de essas
políticas comprometem a redução da pobreza, mas nossos líderes insistem nisso."
Renato Baumann, da Cepal, pondera também que a
decisão de aumentar a atuação do Estado na política de
controle de preços, como
acontece na Argentina, já foi
tentada no Brasil sem sucesso.
O economista argentino
Ernesto Kritz, consultor da
Sociedade de Estudos do
Trabalho que acaba de terminar um estudo sobre o índice de bem-estar nos lares
de seu país, destaca ainda
que, com o incremento do
PIB, melhoraram as condições de vida -mas a redução
da pobreza ocorre em ritmo
bem menos acelerado que o
crescimento.
A Argentina viveu uma recessão após 1998 e chegou ao
auge de uma crise de grande
magnitude, com implicações
políticas e sociais, em 2001 e
2002. A recuperação, porém,
revelou um núcleo duro de
problemas sociais: conforme
o país foi se distanciando da
crise, o crescimento da economia foi gerando proporcionalmente menos avanços.
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