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Correa pode anular contrato da Petrobras
Equatoriano diz que pode romper acordo se comprovado que empresa brasileira violou lei ambiental
DA REDAÇÃO
O presidente do Equador,
Rafael Correa, afirmou ontem
pela primeira vez que pode declarar inválido o contrato da
Petrobras para explorar o Bloco 31 -dentro do Parque Nacional Yasuní, na Amazônia
equatoriana- caso seja constatado que a petroleira brasileira
violou leis ambientais.
Mas Correa, que deu as declarações durante seu programa semanal de rádio, descartou
uma moratória das atividades
petroleiras no país.
"Se foram cometidas graves
irregularidades por parte da
Petrobras ou por quem quer
que seja, poderá se proceder
com a anulação do contrato",
afirmou o esquerdista.
Segundo Correa, está em curso uma investigação sobre
"descumprimetos de normas
ambientais que a possam ter sido cometidos pela Petrobras".
"Qualquer empresa -seja do
Brasil, da China, privada ou pública- que cometa um atentado contra o ambiente no Equador, desnecessário porque a exploração petroleira sempre terá um impacto ambiental, sofrerá as sanções da lei. A pátria
não está à venda", disse.
Procurada pela Folha, a assessoria da Petrobras declarou
que não iria se manifestar sobre o tema até que fosse comunicada oficialmente pelo governo em Quito sobre a questão.
Promessas
A declaração de Correa vai de
encontro com o que disseram à
Folha, no mês passado, fontes
diplomáticas em Quito. Segundo essas fontes, o presidente
equatoriano assegurara ao governo brasileiro que não romperia o contrato da Petrobras.
Entretanto, durante a campanha de Correa à Presidência,
seu coordenador de campanha,
Fander Falconí, chegou a declarar que, no caso de vitória, a
exploração do Bloco 31 seria
suspensa até que o contrato
fosse revisado.
A Petrobras teve a licença
ambiental suspensa em 2005
pelo governo do então presidente Alfredo Palacio. Seguindo os procedimentos para
reobter a autorização, refez o
estudo de impacto ambiental,
que chegou a ser aprovado pelos ministérios do Meio Ambiente e de Energia antes de
Correa assumir a Presidência,
em 15 de janeiro último.
A Petrobras então pediu nova licença ambiental, mas esta
ainda não foi concedida.
Citando um histórico de destruição ambiental, críticos afirmam que a exploração de petróleo no Parque Nacional Yasuní, reserva mundial da biosfera segundo a Unesco, interfere em uma área de preservação
ambiental, com problemas que
não podem ser contornados
com a tecnologia atual.
Correa, no entanto, contemporizou: "Respeito muito a
preocupação ambiental, mas o
remédio pode sair mais caro
que a doença. Eu pergunto: se
tiver zero impacto ambiental
não vamos explorar [o bloco]?
Quem nos dará o US$ 1,5 bilhão
que vai produzir este poço?",
perguntou, apelando à "comunidade internacional, tão preocupada com os bosques e o povo do Equador" que dê ao país o
mesmo valor para que não precise explorar o campo para "cobrir as necessidades de trabalho, educação e saúde".
Com agências internacionais e a Sucursal do Rio
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