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Atentado mata ao menos 135 em mercado de Bagdá
Caminhão-bomba visou área de maioria xiita; mais de 300 pessoas foram feridas, e 70 casas e lojas, destruídas
Premiê acusa "saddamistas';
segundo general, veículo
levava "uma tonelada" de
explosivos; resgate buscava
corpos sob os escombros
DA REDAÇÃO
A explosão de um caminhão-bomba matou ao menos 135
pessoas e feriu mais de 300 ontem em um mercado no centro
de Bagdá. O atentado, o mais
sangrento a atingir a capital iraquiana em dois meses, ocorreu
um dia depois de um relatório
das principais agências de inteligência dos EUA afirmar que o
conflito no Iraque já pode ser
chamado de guerra civil.
O ataque usou um caminhão
de comida e visou o bairro de
Sadriya, área predominantemente xiita. Segundo o general
Jihad al Jaberi, funcionário do
Ministério do Interior, o veículo estava carregado com cerca
de uma tonelada de explosivos.
Pelo menos 30 lojas e 40 casas
foram destruídas.
O atentado é o mais mortífero no Iraque desde a invasão
americana, em março de 2003,
provocado por explosão única
-apenas ataques coordenados,
que usaram mais de um carro-bomba, mataram mais.
O premiê Nuri al Maliki, xiita, acusou milícias sunitas e seguidores do ex-ditador Saddam
Hussein (1979-2003), enforcado em dezembro. "Todos os iraquianos estão estarrecidos com
este crime", declarou. A Casa
Branca referiu-se ao ocorrido
como "atrocidade" e prometeu
ajudar o governo iraquiano a
garantir a segurança na capital.
A explosão aconteceu por
volta das 16h40 (hora local),
quando o mercado estava repleto de pessoas que faziam
compras para o jantar, e lotou
de vítimas os hospitais da região, provocando cenas de caos.
Uma cratera se abriu na rua.
Durante a noite, equipes de resgate ainda tiravam corpos dos
escombros de barracas e lojas,
temendo haver mais vítimas.
Mais cedo, em Kirkuk, cidade
curda no norte do país, ataques
deixou 4 mortos e 37 feridos.
O atentado em Bagdá é o
maior em número de mortos
desde 23 de novembro, quando
um ataque com seis carros-bombas atingiu o bairro xiita de
Cidade Sadr, matando 202 pessoas. Em dezembro último, outro atentado no mercado de Sadriya deixou 51 mortos.
Com o aumento da violência
sectária no país, o governo dos
EUA anunciou em janeiro o envio de mais 21,5 mil soldados ao
Iraque, onde tem hoje um contingente de cerca de 140 mil.
Ontem, o presidente George W.
Bush disse a deputados da oposição democrata que seu compromisso com os iraquianos
não era "sem prazo".
O quadro já havia levado o
grão-aiatolá Ali al Sistani, principal líder espiritual xiita do
país, a emitir um fatwa (decreto) horas antes do ataque: "A
nação islâmica passa por desafios que ameaçam seu futuro".
"Todos sabemos da necessidade de seguir unidos e rejeitar a
tensão sectária", declarou.
Com agências internacionais
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