São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

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EUA propõem criar banco de combustível nuclear

DA SUCURSAL DO RIO

Os EUA vão apresentar em abril ao conselho da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) a proposta de criação de um banco de combustível nuclear.
A ideia é "criar incentivos" para que os países determinados a aumentar ou iniciar a utilização de energia atômica não busquem dominar o ciclo "tecnologicamente sensível" de enriquecimento de urânio.
A decisão foi anunciada pela subsecretária para Controle de Armas e Segurança Internacional, Ellen Tauscher, em discurso distribuído ontem pelo Departamento de Estado. Segundo ela, trata-se de uma mudança em relação ao governo anterior, que propusera proibir o domínio do ciclo de combustível por novos países.
O Tratado de Não Proliferação garante aos signatários o direito de enriquecer urânio em até 20% -é preciso chegar a 90% para fazer a bomba.
Mas apenas nove países que não possuem armas atômicas, entre eles o Brasil, dominam a tecnologia, mesmo que ainda dependam, para abastecer suas usinas, dos quatro consórcios internacionais autorizados a vender combustível nuclear -um americano, um russo, um francês e um alemão-britânico-holandês.
A criação do banco de combustível vem sendo discutida há uma década na AIEA. A modalidade apoiada pelos EUA inspira-se em proposta da Iniciativa contra a Ameaça Nuclear, liderada pelo ex-senador americano Sam Nunn. A ideia é dar uma garantia de fornecimento, mas apenas aos países considerados em dia com as salvaguardas do TNP.
Hoje, cerca de 30 países produzem energia nuclear. A expectativa, entretanto, é que o número aumente, devido à pressão por alternativas aos combustíveis fósseis, vilões do aquecimento global. Mas os EUA já assinaram acordos bilaterais com quatro aliados do Oriente Médio que pretendem construir usinas atômicas -Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein- em que estes se comprometem a não buscar produzir combustível.
Em novembro, o Conselho da AIEA autorizou a Rússia a estabelecer em Angarsk uma reserva de urânio enriquecido para países que tenham problemas de fornecimento "não relacionados a razões técnicas ou comerciais", isto é, causados por vetos políticos.
(CLAUDIA ANTUNES)


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