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Na América do Sul, crítica unânime à operação
DA REDAÇÃO
Desaprovação e votos de solução pacífica marcaram ontem as reações na América do
Sul à crise desencadeada pela
incursão militar colombiana
contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território do Equador.
"Não podemos estar de acordo com o desrespeito às fronteiras", declarou a presidente
do Chile, Michelle Bachelet,
numa das mais duras críticas à
operação militar colombiana.
O presidente do Peru, Alan
García, disse ser "inaceitável" a
invasão colombiana do território equatoriano.
Uma "explicação convincente" é o que a Colômbia deve ao
Equador, segundo afirmou
Carlos "Chaco" Alvarez, o argentino que preside a Comissão Permanente de Representação do Mercosul.
A Argentina também desaprovou a operação e defenderá
na reunião extraordinária de
hoje da OEA "o princípio inviolável" da soberania territorial,
segundo disse ontem, em Genebra, o chanceler do país, Jorge Taiana. No entanto a assessoria da Casa Rosada confirmou que Taiana acompanhará
a presidente Cristina Kirchner
em viagem à Venezuela amanhã, onde ela e Hugo Chávez
assinarão acordos de cooperação econômica.
O ataque às Farc desagradou
ainda à França, país cujo governo vinha pressionando pela negociação entre Bogotá e a guerrilha para que esta libertasse
Ingrid Betancourt, cidadã franco-colombiana em cativeiro há
mais de seis anos. "Não foi uma
boa notícia", disse o chanceler
francês, Bernard Kouchner,
acerca da morte de Raúl Reyes.
Segundo Kouchner, Reyes era o
homem nas Farc com quem
"estávamos em contato".
O secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, expressou por
meio de seu porta-voz preocupação com "o aumento das tensões" entre Colômbia, de um lado, e Equador e Venezuela, de
outro, e pediu diálogo.
O ditador cubano Fidel castro dedicou algumas linhas de
texto que publicou ontem no
periódico oficial "Granma" ao
assunto. Fidel, que abdicou dos
cargos no mês passado, culpou
os EUA pela tensão.
Colaboraram ADRIANA KÜCHLER, de Buenos Aires, e MARCELO NINIO, de Genebra
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