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Israel retira tropas de Gaza após a ação que matou 116
Rice chega hoje ao país; EUA pressionaram para que os israelenses recuassem
Grupo islâmico Hamas vê no
recuo de Israel uma vitória
militar; premiê israelense se
prepara para nova operação
contra extremistas de Gaza
Musa Al-Shaer/France Presse
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Manifestante palestino pula sobre embalagem de gás lacrimogêneo durante novo protesto contra Israel em Belém, na Cisjordânia |
DA REDAÇÃO
Israel retirou na madrugada
de ontem contingentes terrestres que na sexta-feira haviam
penetrado na faixa de Gaza,
pondo fim a uma ofensiva contra o grupo islâmico Hamas que
deixou 116 mortos, segundo informantes israelenses, ou 110,
de acordo com a ANP (Autoridade Nacional Palestina).
A Associated Press diz que o
governo israelense recuou em
razão de pressões dos Estados
Unidos. A secretária de Estado
americana, Condoleezza Rice,
chegou ontem à noite ao Egito e
se reunirá hoje, em Jerusalém,
com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert. Ela estará
amanhã, em Ramallah, com o
presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Rice chega ao Oriente Médio
num mau momento para pressionar Abbas e Olmert a darem
novos passos na direção de um
projeto de paz, esboçado em
novembro durante a conferência de Annapolis (EUA).
Negociações bloqueadas
Olmert disse ontem em reunião de seu partido, o Kadima,
que pretendia prosseguir negociando com Abbas. Disse também que em Gaza o Exército israelense prosseguiria na tarefa
"dolorosa" de bloquear o terrorismo do Hamas.
Mas Abbas se mantém por
enquanto irredutível. Ele havia
anunciado domingo a interrupção das negociações com Israel,
em protesto contra a ofensiva
israelense em Gaza. Um de seus
porta-vozes confirmou que os
contatos estavam interrompidos, apesar da proximidade da
chegada de Condoleezza Rice.
Abbas não exerce nenhum
poder sobre Gaza, tomada militarmente em junho último pelo
Hamas, que lhe é hostil. Mesmo
assim, os cinco dias de ataques
israelenses ao território levaram o presidente palestino a se
comportar como se sua autoridade não estivesse circunscrita
apenas à Cisjordânia.
Ainda ontem ele determinou
que US$ 5 milhões fossem destinados às vítimas civis das operações israelenses. Seu primeiro-ministro, Salam Fayyad, canalizará o dinheiro por meio de
entidades internacionais.
Tecnicamente não há ainda
uma trégua, mesmo oficiosa,
entre Israel e o grupo islâmico.
Ao deixar Jebaliya, cidade de
que ocupou a partir de sexta-feira, as forças israelenses
bombardearam o que disseram
ser depósitos e oficinas que fabricam foguetes artesanais.
Horas depois militantes do
Hamas disparavam na direção
de Israel três novos mísseis,
atingindo com um deles um
prédio de apartamentos de
Ashkelon, cidade de 120 mil habitantes, ao norte de Gaza.
O Hamas interpretou a retirada das forças terrestres israelenses como uma vitória militar e convocou um ato público
comemorativo, ao qual compareceram 20 mil pessoas. Um
dos dirigentes do grupo islâmico, Mahmoud Zahar, afirmou
em discurso que "vamos reagir
quando cada polegada de nosso
território for invadido".
Helicóptero no nevoeiro
Em meio a uma agenda repleta de iniciativas militares e
intenções diplomáticas, o fato
relativamente insólito na região ocorreu com um helicóptero egípcio, que se perdeu
num nevoeiro e se viu sobrevoando Gaza, onde militantes
abriram fogo por confundi-lo
com um aparelho israelense.
Duas aeronaves de Israel saíram em socorro do helicóptero
perdido e o escoltaram até a
fronteira egípcia.
Com agências internacionais
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