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IRAQUE OCUPADO
Secretário culpa a CIA por dados frágeis
Provas de armas químicas no Iraque não eram "tão sólidas", diz Powell
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, reconheceu que a parte "mais dramática" do discurso que fez na ONU
em 2003 para defender a invasão
do Iraque foi baseada em informações frágeis do serviço de inteligência. As declarações, a mais
direta admissão de erro da gestão
George W. Bush até agora, foram
feitas na madrugada de ontem a
jornalistas que o acompanhavam
no vôo de retorno após reunião
da Otan na Bélgica.
"Parece agora que não era o caso de que [as evidências] fossem
tão sólidas. Mas na época em que
estava preparando o discurso elas
foram apresentadas a mim como
sólidas", afirmou Powell.
"Eram as mais dramáticas [evidências] e procurei garantir que
fossem atestadas por várias fontes", disse o secretário de Estado
sobre o que seriam as provas da
existência de laboratórios móveis
de produção de armas químicas.
Powell tem sido questionado
sobre seu discurso na ONU desde
a queda do regime ditatorial de
Saddam Hussein no ano passado.
Em sua apresentação perante o
Conselho de Segurança, ele mostrou fotos tiradas a partir de satélites e transcrições de conversas
interceptadas para comprovar
que o Iraque escondia laboratórios móveis para fazer armas.
O secretário de Estado também
disse esperar que a comissão que
investiga as informações fornecidas pelos serviços de inteligência
sobre o suposto arsenal exponha
por que a CIA (o serviço secreto
dos EUA) recorreu a fontes não
confiáveis. "Agora, se as fontes
eram inconsistentes, então precisamos descobrir por que nos colocamos nessa posição."
No dia 5 de fevereiro do ano
passado, num discurso de 80 minutos preparado para convencer
os outros países do Conselho de
Segurança da necessidade de uma
ação militar contra Saddam, Powell disse que a ONU não podia se
eximir de desarmar o Iraque.
"Saddam não parará diante de
nada até que algo o detenha", disse o secretário à época, acrescentando que Saddam havia autorizado seus comandantes a usarem
armas de destruição em massa em
caso de ataque dos EUA. "O que
estamos oferecendo a vocês são
fatos e conclusões baseadas em
sólidas informações de inteligência", concluiu.
Com agências internacionais e o jornal
"The New York Times"
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