São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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EUROPA

Crise fortalece Sarkozy, líder do partido governista e forte rival do premiê Villepin na eleição presidencial de 2007

Sindicatos querem 1 milhão nas ruas em atos na França

DA REDAÇÃO

Sindicatos e associações estudantis da França afirmam que colocarão hoje nas ruas mais de 1 milhão de pessoas, na quinta "jornada nacional de protesto" contra a lei do primeiro emprego.
A maior passeata está prevista para Paris, onde 4.000 policiais acompanharão o cortejo entre as praças da República e da Itália. Atos de vandalismo praticados por indivíduos isolados renderam nas manifestações anteriores 2.700 prisões em todo o país.
As greves esparsas atingirão sobretudo o setor público e as estatais. Não funcionarão escolas e correios. Os transportes serão medianamente afetados. Deixarão de circular a metade das composições do metrô parisiense e 40% dos trens intermunicipais. Greves nas torres de controle poderão afetar o tráfego aéreo.
Os jornais deixarão de circular em razão da adesão à greve dos sindicatos dos operários gráficos. Essa era, ontem, a única grande paralisação no setor privado.
A lei contestada, aprovada há um mês pela Assembléia Nacional, foi promulgada domingo pelo presidente Jacques Chirac. Ele no entanto exigiu que ela não fosse aplicada, antes que deputados e senadores modificassem dois pontos bastante sensíveis.
Trata-se de reduzir de 24 para 12 meses o prazo de vigência de contratos de trabalho para jovens com menos de 26 anos e de anular o dispositivo que permitia a demissão não justificada.
Mas as cinco confederações sindicais, os 11 partidos e grupos de esquerda e as entidades estudantis querem que a lei seja completamente abandonada.
Bruno Julliard, presidente da Unef, um dos sindicatos estudantis, condicionou o diálogo com o governo ao engavetamento definitivo do texto original.
A contestação dessa lei, conhecida pela sigla CPE, enfraqueceu Chirac e seu primeiro-ministro, Dominique de Villepin. E, paralelamente, fortaleceu o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, que é também o presidente do partido do governo, a UPM.
Entre domingo e ontem Sarkozy telefonou às lideranças sindicais e estudantis para se certificar das concessões a serem feitas.
No atual estágio da crise cabe aos líderes da UPM na Assembléia e no Senado o encaminhamento das emendas ao texto já publicado. São parlamentares fiéis a Sarkozy, rival do premiê Villepin como candidato do bloco de centro-direita às eleições presidenciais de 2007.


Com agências internacionais

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