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EUROPA
Crise fortalece Sarkozy, líder do partido governista e forte rival do premiê Villepin na eleição presidencial de 2007
Sindicatos querem 1 milhão nas ruas em atos na França
DA REDAÇÃO
Sindicatos e associações estudantis da França afirmam que colocarão hoje nas ruas mais de 1
milhão de pessoas, na quinta "jornada nacional de protesto" contra
a lei do primeiro emprego.
A maior passeata está prevista
para Paris, onde 4.000 policiais
acompanharão o cortejo entre as
praças da República e da Itália.
Atos de vandalismo praticados
por indivíduos isolados renderam
nas manifestações anteriores
2.700 prisões em todo o país.
As greves esparsas atingirão sobretudo o setor público e as estatais. Não funcionarão escolas e
correios. Os transportes serão
medianamente afetados. Deixarão de circular a metade das composições do metrô parisiense e
40% dos trens intermunicipais.
Greves nas torres de controle poderão afetar o tráfego aéreo.
Os jornais deixarão de circular
em razão da adesão à greve dos
sindicatos dos operários gráficos.
Essa era, ontem, a única grande
paralisação no setor privado.
A lei contestada, aprovada há
um mês pela Assembléia Nacional, foi promulgada domingo pelo presidente Jacques Chirac. Ele
no entanto exigiu que ela não fosse aplicada, antes que deputados e
senadores modificassem dois
pontos bastante sensíveis.
Trata-se de reduzir de 24 para 12
meses o prazo de vigência de contratos de trabalho para jovens
com menos de 26 anos e de anular
o dispositivo que permitia a demissão não justificada.
Mas as cinco confederações sindicais, os 11 partidos e grupos de
esquerda e as entidades estudantis querem que a lei seja completamente abandonada.
Bruno Julliard, presidente da
Unef, um dos sindicatos estudantis, condicionou o diálogo com o
governo ao engavetamento definitivo do texto original.
A contestação dessa lei, conhecida pela sigla CPE, enfraqueceu
Chirac e seu primeiro-ministro,
Dominique de Villepin. E, paralelamente, fortaleceu o ministro do
Interior, Nicolas Sarkozy, que é
também o presidente do partido
do governo, a UPM.
Entre domingo e ontem Sarkozy telefonou às lideranças sindicais e estudantis para se certificar das concessões a serem feitas.
No atual estágio da crise cabe
aos líderes da UPM na Assembléia e no Senado o encaminhamento das emendas ao texto já
publicado. São parlamentares
fiéis a Sarkozy, rival do premiê Villepin como candidato do bloco
de centro-direita às eleições presidenciais de 2007.
Com agências internacionais
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