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Sequestrador mata 13 em centro para imigrantes nos EUA
Motivação é incógnita; atirador, de provável ascendência vietnamita, se matou durante cerco ao prédio pela polícia
Armas foram compradas legalmente; deputado local afirma que suspeito fora demitido da IBM; centro dava apoio a expatriados
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Um homem armado com
duas pistolas matou ao menos
13 pessoas ontem em um centro de apoio a imigrantes na cidade de Binghamton, 225 km a
noroeste de Nova York. A polícia suspeita que um 14º corpo
encontrado no prédio seja do
próprio atirador, que se matou
com um tiro na cabeça. Quatro
feridos foram levados a hospitais em condições críticas.
Segundo a imprensa, o atirador era asiático e tinha documentos com o nome de Jiverly
Voong, 42, morador Jonhson
City, a 5,4 km de Binghamton.
A polícia não confirmou a informação, mas um policial disse em condição de anonimato
que esse seria um nome falso
usado pelo homem no passado.
O local do ataque é a American Civic Association, que oferece aulas de cidadania, inglês e
serviços de aconselhamento a
estrangeiros. A diretora do centro, Angela Leach, estava de folga ontem e se disse chocada
com o ataque.
"Ouvi tiros, mas nenhum grito. Só silêncio e mais tiros", disse a sobrevivente Zhanar Tokhtabayeva, 30, imigrante do Cazaquistão. Ela fazia aula de inglês no momento do ataque e se
escondeu com colegas em um
depósito. "Pensei que minha vida estava acabada."
As vítimas não haviam sido
identificadas até o fechamento
desta edição, mas, segundo a
polícia, uma recepcionista e vários alunos que se preparavam
para um teste de cidadania estão entre os mortos.
Não se sabe o motivo do crime. O deputado federal Maurice Hinchey, que representa a
região, disse à Associated Press
que Voong fora demitido de um
cargo na IBM recentemente.
A agência Associated Press
conversou com uma mulher
que disse ser irmã de Voong.
Segundo ela, "Voong não tinha
armas e deve ter sido morto por
outra pessoa".
O crime foi o ataque a tiros
nos EUA com mais mortos desde o massacre na universidade
Virginia Tech, quando o estudante sul-coreano Cho Seung-hui matou 32 colegas e professores antes de se suicidar em
abril de 2007. Assim como nesse massacre, as armas usadas
ontem foram compradas legalmente.
Em nota, o presidente Barack Obama se disse "chocado e
profundamente entristecido
com o ato de violência sem sentido" em Binghamton.
Em conferência em Nova
York, o vice-presidente Joe Biden disse que "já é hora de encontrarmos uma forma de acabar com esses ataques sem nenhum sentido" nos EUA.
Ataque premeditado
O episódio teve início por
volta das 10h da manhã, quando o atirador bloqueou a saída
traseira do prédio com seu carro e entrou com as armas pela
porta da frente. Às 10h30, os
serviços de emergência receberam o telefonema de uma recepcionista do centro, que disse que havia levado um tiro no
abdome e que um homem armado estava atacando pessoas
no prédio. Ela sobreviveu.
"Foi simplesmente um pânico", disse Alex Galkin, imigrante do Uzbequistão que também
fazia aulas de inglês e se escondeu no porão.
A polícia local diz que chegou
ao centro em três minutos e
isolou a área. Segundo o chefe
de polícia Joseph Zikuski, não
houve mais tiros após a chegada dos policiais. Um grupo de
26 pessoas se escondeu no porão e foi orientado por celular a
permanecer no local até que os
policiais o resgatasse. No total,
37 pessoas foram retiradas com
segurança, e os quatro feridos
foram levados a hospitais.
Dois homens asiáticos foram
detidos porque se encaixavam
na descrição do atirador oferecida pela recepcionista, mas
posteriormente liberados.
Durante a tarde, a imprensa
ofereceu informações conflitantes de que a polícia de Binghamton e o FBI tentaram negociar com o atirador para liberar as pessoas que continuavam no centro. Há relatos de
que um tradutor da língua vietnamita foi chamado para auxiliar os contatos. Nada disso foi
confirmado.
Foi a primeira vez que um
crime do tipo aconteceu em
Binghamton, cidade de 47 mil
habitantes que tem forte presença de imigrantes do Vietnã.
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