São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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Sharon defende mudanças no plano

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ariel Sharon, disse ontem que apresentará uma nova versão de seu plano de retirada da faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia após a proposta original ter sido rejeitada em referendo de seu partido anteontem.
"Quero dizer claramente que haverá um novo plano", disse Sharon a correligionários do Likud. O premiê não disse que mudanças fará antes de levar o plano a seu gabinete e ao Parlamento.
Membros do Likud sugeriram que o plano -que é apoiado por EUA, Europa e pela maioria dos israelenses, segundo pesquisas- terá seu alcance reduzido.
O plano de Sharon previa a retirada de 7.000 colonos judeus de 21 assentamentos na faixa de Gaza, assim como das tropas que os protegem. E o desmantelamento de quatro pequenas colônias judaicas na Cisjordânia.
Mas os membros do Likud (centro-direita) o rejeitaram, por 60% votos contra 40%. Ontem, moradores de um assentamento em Gaza iniciaram a construção de um novo bairro. "Estamos aqui para ficar", disse Esther Lilienthal, 67.
Segundo Sharon, a saída de Gaza seria a melhor forma de obter mais segurança, diante do impasse no processo de paz, e de reduzir a pressão internacional por concessões maiores aos palestinos.
Para seus adversários, o plano é uma "recompensa ao terror".
Já os palestinos acusam Sharon de acenar com a saída de Gaza para reforçar o controle sobre a Cisjordânia, onde vivem cerca de 200 mil israelenses.
Segundo o presidente dos EUA, George W. Bush, a saída de Gaza daria uma uma nova dinâmica ao processo de paz.
"Suponho que foi certamente um revés para o plano inicial, mas lembramos que há amplo apoio público em Israel para a retirada de Gaza", disse ontem o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Richard Boucher.
"A alternativa é mais assassinatos, terrorismo e ataques sem que tenhamos qualquer resposta razoável para a questão de o que 7.000 [colonos] judeus estão fazendo no meio de 1,2 milhão de palestinos [em Gaza]", disse o vice-premiê de Israel, Ehud Olmert.


Com agências internacionais

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