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Transmissão para porco faz OMS alertar sobre variação
DE GENEBRA
O aparecimento do vírus
A(H1N1) entre porcos no Canadá aumentou o alerta na Organização Mundial da Saúde
(OMS) para o risco de que possíveis contágios em outros animais resultem numa variação
mais potente da doença.
Autoridades canadenses
confirmaram anteontem que o
vírus foi detectado em uma fazenda na Província de Alberta,
aparentemente transmitido
por um funcionário que havia
estado no México.
Cerca de 10% de um rebanho
de 2.200 porcos foi contaminado entre os dias 12 e 14 de abril e
apresentou os sintomas dez
dias depois. Segundo a OMS,
tanto os animais como o fazendeiro que aparentemente os
contaminou têm sinais brandos da doença e passam bem.
É o primeiro caso confirmado de transmissão do A(H1N1)
de humanos para animais, mas
a OMS garante não haver perigo em consumir carne suína.
Peter Ben Embarek, especialista da OMS em segurança alimentar, disse que testes mostraram que o calor mata o vírus,
portanto carne cozida a temperatura certa não oferece riscos.
Ele admitiu, no entanto, que
o aparecimento do vírus
A(H1N1) em porcos gera o risco
de que ele seja transmitido para
animais infectados com outros
vírus, o que poderia resultar
numa variação nova e mais potente. "Isso realmente é uma
preocupação", disse ele.
O grande receio é com o Leste da Ásia, que foi o principal foco da gripe aviária, em 2005, e
onde porcos e aves costumam
circular no mesmo ambiente.
Keiji Fukuda, vice-diretor da
OMS, confirma que o risco
existe. "A Ásia tem a reputação
de ser o local onde muitas coisas relacionadas a influenza
(gripe) começam", explicou.
Contrariando a recomendação da OMS, vários países restringiram a importação de carne de porco. O Egito foi mais
longe, ordenando o sacrifício
de todo o seu rebanho suíno.
Na semana passada, sob
pressão dos produtores e de outras agências da própria ONU, a
OMS deixou de usar o termo
"gripe suína" e passou a adotar
o nome científico A(H1N1). Isso porque não foi provada, na
forma atual do vírus, a contaminação de um humano por
um porco.
(MARCELO NINIO)
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