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Panamá elege opositor presidente
Conservador Ricardo Martinelli supera Balbina Herrera e sucederá centro-direitista Martin Torrijos
Obra de expansão do canal
do Panamá foi tema central
de campanha, seguida por
desigualdade entre capital e
interior e violência urbana
DA REDAÇÃO
O conservador Ricardo Martinelli foi eleito ontem presidente do Panamá. Com 43,68%
das urnas apuradas, o Tribunal
Eleitoral panamenho proclamou o empresário varejista, de
oposição, sucessor do centro-direitista Martin Torrijos.
Até ontem à noite, a apuração dava cerca de 60% dos votos para Martinelli. Apesar de
encerrar o mandato com mais
de 50% de aprovação, Torrijos
não conseguiu transferi-la à
sua candidata, Balbina Herrera, que tinha 40% dos votos.
Não há segundo turno. O
eleito tomará posse em julho
para um mandato até 2014.
Cerca de 2,2 milhões de panamenhos estavam aptos a votar, e a expectativa de comparecimento era de mais de 75%.
Foram eleitos também os 71
deputados, 20 parlamentares
centro-americanos, 75 prefeitos e 630 conselheiros locais.
A eleição foi a quarta desde a
derrubada do ditador Manuel
Noriega, em 1989, após invasão
americana. Noriega foi depois
condenado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nos
EUA e está preso na Flórida.
O principal tema da campanha presidencial do país centro-americano foi a expansão
do canal do Panamá, por onde
passa 5% do comércio mundial.
A obra, já em curso, foi orçada
em US$ 5,25 bilhões e deve ser
concluída em 2014.
Tanto Martinelli como Herrera apoiavam a expansão do
canal, cuja construção foi terminada em 1914 pelos EUA, e
prometem dar garantias para
atrair financiamento internacional de US$ 2,3 bilhões,
ameaçado pela crise mundial.
Martinelli, 57, ex-titular da
pasta responsável pelo canal,
disputara a Presidência em
2004 e obtivera 5,3% dos votos.
Ele é apoiado por setores mais
pobres e a periferia da capital.
Herrera, 54, ex-ministra da
Habitação de Torrijos, é vista
com desconfiança por alguns
por um passado identificado
com o antiamericanismo.
Ela teve dificuldades para capitalizar a alta aprovação de
Torrijos, segundo analistas, devido a acusações de corrupção e
à insatisfação dos setores mais
pobres com a inflação em alta.
Crescimento e desafios
Durante os anos Torrijos, o
Panamá obteve índice de crescimento médio anual de 8,7% e
viu o desemprego cair de 12%
para 5,6%. A crise econômica,
porém, freou o ritmo, baixando
a expectativa de crescimento
deste ano para entre 3% e 4%.
O país enfrenta ainda grande
desigualdade entre a próspera
capital e o interior, além de narcoviolência -o Panamá é corredor da drogas para os EUA.
O país espera ainda ratificar
acordo de livre comércio barrado no Congresso dos EUA.
Com agências internacionais
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