São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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Panamá elege opositor presidente

Conservador Ricardo Martinelli supera Balbina Herrera e sucederá centro-direitista Martin Torrijos

Obra de expansão do canal do Panamá foi tema central de campanha, seguida por desigualdade entre capital e interior e violência urbana


DA REDAÇÃO

O conservador Ricardo Martinelli foi eleito ontem presidente do Panamá. Com 43,68% das urnas apuradas, o Tribunal Eleitoral panamenho proclamou o empresário varejista, de oposição, sucessor do centro-direitista Martin Torrijos.
Até ontem à noite, a apuração dava cerca de 60% dos votos para Martinelli. Apesar de encerrar o mandato com mais de 50% de aprovação, Torrijos não conseguiu transferi-la à sua candidata, Balbina Herrera, que tinha 40% dos votos.
Não há segundo turno. O eleito tomará posse em julho para um mandato até 2014.
Cerca de 2,2 milhões de panamenhos estavam aptos a votar, e a expectativa de comparecimento era de mais de 75%. Foram eleitos também os 71 deputados, 20 parlamentares centro-americanos, 75 prefeitos e 630 conselheiros locais.
A eleição foi a quarta desde a derrubada do ditador Manuel Noriega, em 1989, após invasão americana. Noriega foi depois condenado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nos EUA e está preso na Flórida.
O principal tema da campanha presidencial do país centro-americano foi a expansão do canal do Panamá, por onde passa 5% do comércio mundial. A obra, já em curso, foi orçada em US$ 5,25 bilhões e deve ser concluída em 2014.
Tanto Martinelli como Herrera apoiavam a expansão do canal, cuja construção foi terminada em 1914 pelos EUA, e prometem dar garantias para atrair financiamento internacional de US$ 2,3 bilhões, ameaçado pela crise mundial.
Martinelli, 57, ex-titular da pasta responsável pelo canal, disputara a Presidência em 2004 e obtivera 5,3% dos votos. Ele é apoiado por setores mais pobres e a periferia da capital.
Herrera, 54, ex-ministra da Habitação de Torrijos, é vista com desconfiança por alguns por um passado identificado com o antiamericanismo.
Ela teve dificuldades para capitalizar a alta aprovação de Torrijos, segundo analistas, devido a acusações de corrupção e à insatisfação dos setores mais pobres com a inflação em alta.

Crescimento e desafios
Durante os anos Torrijos, o Panamá obteve índice de crescimento médio anual de 8,7% e viu o desemprego cair de 12% para 5,6%. A crise econômica, porém, freou o ritmo, baixando a expectativa de crescimento deste ano para entre 3% e 4%.
O país enfrenta ainda grande desigualdade entre a próspera capital e o interior, além de narcoviolência -o Panamá é corredor da drogas para os EUA.
O país espera ainda ratificar acordo de livre comércio barrado no Congresso dos EUA.

Com agências internacionais



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