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Acordo China-Paquistão reforça argumento de Teerã
CLAUDIA ANTUNES
DA SUCURSAL DO RIO
A decisão da China de construir no Paquistão dois reatores nucleares para produção de
energia, anunciada na semana
passada, ajuda a reforçar o argumento do Irã sobre um padrão duplo, que abona atividades atômicas militares de países selecionados.
O Paquistão é potência nuclear fora do Tratado de Não
Proliferação, e o acordo com a
China responde em parte ao
que foi firmado, em 2005, entre
os Estados Unidos e a Índia, sua
rival regional.
O último abriu as instalações
civis indianas -mas não as militares- a inspeções internacionais e liberou a venda de material sensível a Nova Déli, por
decisão do Grupo de Fornecedores Nucleares (NSG, na sigla
em inglês), do qual o Brasil faz
parte.
"A exceção para a Índia criará problemas por muitos anos.
Israel acredita que, se o Paquistão conseguir um acordo de
cooperação especial, também
tem direito. Caso isso aconteça,
poderemos ver o fim do TNP",
afirmou Daryl Kimball, da Associação pelo Controle de Armas (Washington).
O acordo EUA-Índia teve o
apoio de franceses, britânicos e
russos, que se beneficiarão da
venda de reatores e urânio, disse Kimball. "Brasil e África do
Sul foram cúmplices, ao não
agir contra. Acho que parte da
razão foi a relação especial entre os três países [que formam o
fórum Ibas]. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva se deixou
conquistar pelo premiê [indiano, Manmohan] Singh."
Para o americano, é importante que Brasil e África do Sul
não deixem que o Irã equipare
seu programa nuclear aos deles, usando o argumento do direito ao uso pacífico do átomo.
"Os países que cumprem
suas obrigações sob o TNP devem exigir que o Irã responda
às dúvidas da AIEA e suspenda
a ampliação do enriquecimento de urânio, como medida de
confiança", argumentou ele.
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