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EUA veem indícios de atuação estrangeira em ataque frustrado
Investigadores alertam, porém, contra conclusões precipitadas
sobre a participação da Al Qaeda em episódio na Times Square
Segundo autoridades, um paquistanês naturalizado americano foi o comprador, há três semanas, do veículo usado para armar o atentado
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
As investigações sobre a tentativa de explosão no sábado de
um carro-bomba na Times
Square, centro turístico de Nova York, cada vez mais apontam para uma ação coordenada
com grupos estrangeiros, segundo relatos de funcionários
do governo dos EUA à mídia.
Autoridades identificaram
um paquistanês naturalizado
americano, que voltou recentemente de uma viagem ao seu
país natal, como o homem que
comprou, há três semanas, em
dinheiro, o veículo usado para
armar o ataque frustrado.
Agentes de inteligência também disseram a jornalistas que
veem crescentes indícios de
elos com grupos internacionais. Nenhum grupo foi citado
como suspeito e investigadores
alertaram contra conclusões
precipitadas sobre a participação de redes como a Al Qaeda.
O braço paquistanês do grupo radical islâmico Taleban divulgou vídeo reivindicando a
autoria de um ataque em Nova
York, mas sua legitimidade não
foi confirmada e não se sabe se
a ação mencionada seria a tentativa frustrada do sábado.
Devido ao sinais de ligação
com terrorismo internacional,
uma força tarefa do FBI assumiu a investigação ontem -até
então a polícia de Nova York
supervisionava o caso.
Outras possibilidades sob investigação são as de que a ação
tenha sido obra de uma pessoa
agindo sozinha ou de grupos
domésticos antigoverno.
A Casa Branca classificou a
tentativa de terrorismo pela
primeira vez. "Os responsáveis
podem ser chamados de terroristas, sim", disse o porta-voz
da Presidência, Robert Gibbs.
O carro-bomba era um Nissan Pathfinder que foi deixado
ligado por volta das 18h30 de
sábado na esquina da rua 45
com a Broadway. A Times
Square foi evacuada depois que
o veículo estacionado ilegalmente exalou fumaça.
Um vendedor ambulante
chamou a polícia e uma equipe
antibombas identificou gasolina, propano e pólvora no carro,
cuja placa estava registrada para outro veículo. Fogos de artifício estavam presos aos galões
de gasolina, e dois relógios a bateria estavam conectados ao artefato. Havia ainda fertilizante.
Pistas
A polícia e o FBI seguiam ontem analisando centenas de horas de gravação de câmeras da
região da Times Square.
Eles tentam identificar um
homem branco de aproximadamente 40 anos que foi flagrado
em um vídeo tirando um casaco
e revelando outro por baixo
-sugerindo tentativa de dificultar sua identificação- ao
sair da área do incidente.
Imagens de um homem correndo pela avenida Broadway
no momento em que o carro
pegava fogo também estão sendo analisadas.
A polícia interrogou o dono
anterior do veículo, que o vendeu por meio de um anúncio no
site Craigslist, mas disse que
ele não é um suspeito. O comprador pagou US$ 1.800 em dinheiro, segundo a TV CNN.
Autoridades afirmam que o
artefato explosivo encontrado
no carro era amador. Se tivesse
explodido, não abalaria estruturas, mas poderia ter matado
um número indeterminado de
pessoas e estourado vidraças.
FOLHA ONLINE
Veja o vídeo investigado
pela polícia dos EUA
www.folha.com.br/101231
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