São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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Casa do terrorista era abastecida de Pepsi e Coca-Cola

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Osama bin Laden vivia na confortável casa em que foi surpreendido por forças dos EUA pelo menos desde 2006 e levava uma vida de absoluta reclusão para não dar margem a suspeitas na região.
Relatos de moradores da pacata Abbottabad -150 mil habitantes-, a 50 km de Islamabad, dão a ideia da extrema discrição que permitiu ao líder da Al Qaeda e aos seus aliados viverem por tanto tempo numa cidade cercada por militares paquistaneses.
A compra de mantimentos da família Bin Laden e agregados era responsabilidade do mensageiro de confiança cuja identificação levaria o líder a ser encontrado, segundo os EUA, e de um irmão do mesmo que vivia no local.
Eles costumavam comprar grandes quantidades de alimentos, escolher produtos de marcas conhecidas mundialmente e demonstravam igual apreço pelos refrigerantes Coca-Cola e Pepsi.
Adquiriam ainda leite da Nestlé, sabonetes e shampoos da melhor qualidade e carne de um açougue local, sempre pagando em dinheiro vivo, disse um comerciante à agência Bloomberg.
Os irmãos sempre se locomoviam numa van Suzuki ou em um jipe Pajero vermelho, nunca a pé, embora o armazém onde costumavam fazer compras estivesse localizado a só 150 metros da casa.
Rashid e Akbar Khan, também mortos na operação dos EUA e supostos proprietários da casa, não eram de muita conversa, mas compareciam a eventos do bairro e podiam ser achados na mesquita.
Para justificar o indisfarçável sotaque do Waziristão, na fronteira com o Afeganistão, diziam ter fugido da violência da região -um bastião insurgente- em busca de paz.
Mas as severas medidas de segurança, como muros de até 5 metros de altura com arame farpado, espessos portões, torres de observação, canhões de luz, vidros foscos, câmeras de segurança e arquitetura que privilegia a privacidade geraram suspeita de que fossem traficantes.
Vizinhos relataram ainda ter ouvido conversas em árabe na casa -a língua majoritária no Paquistão é o urdu.
A casa não tinha internet, telefone, TV e ar condicionado. E o lixo era incinerado.
Mesmo assim, segundo os EUA, Bin Laden gravava vídeos e mensagens e mantinha contato regular com outros líderes da Al Qaeda.
Segundo a Associated Press, viviam 23 crianças e 9 mulheres na casa, com valor estimado em US$ 1 milhão.


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