São Paulo, Terça-feira, 04 de Maio de 1999
Texto Anterior | Índice

ELEIÇÃO
Sem maioria no Congresso, vencedora pede governo de união nacional
Moscoso se torna a primeira mulher a presidir o Panamá

das agências internacionais

A candidata vencedora das eleições para presidente do Panamá, Mireya Moscoso, pediu que os partidos políticos que se opõem a ela participem de "um governo de união nacional".
Moscoso, que se candidatou pela coalização oposicionista Unión por Panamá, não deve conseguir maioria no Congresso. Ela foi eleita com 44,8% dos votos. O segundo colocado, Martín Torrijos, obteve 37,6%, e Alberto Vallarino teve 17,4%.
"Faço um apelo a Martín e a Alberto para que juntos formemos um governo de união nacional", disse Moscoso, 52, depois de saber que não conseguiria maioria no Congresso.
A presidente afirmou que não envolverá o canal do Panamá nas discussões políticas do país.
Cerca de 14 mil navios de carga do mundo inteiro atravessam o canal do Panamá anualmente. A travessia gera cerca de US$ 2 bi.
A infra-estrutura civil e militar e as terras da região do canal do Panamá estão estimadas em mais de US$ 3,2 bilhões.
No dia 31 de dezembro deste ano, os EUA deverão entregar o controle total do canal aos panamenhos e garantir a retirada de todos os soldados que mantêm na região -3.500, atualmente.
O pai do candidato derrotado Martín Torrijos, Omar Torrijos, lutou pela entrega do canal do Panamá ao país.
Ao reconhecer a vitória de sua rival, o "filho do general" -como era chamado por seus partidários durante a campanha- disse que observaria se a entrega do canal respeitará os tratados que, em 1977, Omar Torrijos e o presidente norte-americano Jimmy Carter assinaram.
O general Omar Torrijos deu um golpe de Estado em 1968, apenas 11 dias depois que o pai de Mireya Moscoso, Arnuldo Farias, assumiu o poder.


Texto Anterior: Homem forte: Instituto vê ameaças à democracia na AL
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.