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PESQUISA
Levantamento em 20 países coloca Tony Blair e Osama bin Laden entre os líderes mais populares do mundo
Apoio mundial aos EUA cai após guerra
DA REDAÇÃO
A guerra no Iraque provocou
uma grande diminuição do apoio
mundial aos EUA, sobretudo em
países muçulmanos, e arranhou a
imagem da ONU, revela pesquisa
divulgada ontem pelo Centro de
Pesquisas Pew, de Washington,
presidido por Madeleine Albright, ex-secretária de Estado
norte-americana durante o governo Clinton.
Realizada em 20 países, a pesquisa mostra que o líder da rede
terrorista Al Qaeda, Osama bin
Laden, tem uma imagem favorável em países de maioria muçulmana. Nos territórios palestinos, o saudita aparece como o líder
mais popular. Jordânia, Marrocos
e Paquistão -onde Bin Laden
pode estar escondido- o colocam em segundo lugar.
Já o premiê britânico, Tony
Blair, e o secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, inspiram mais confiança em países não-muçulmanos do que o presidente americano, George W. Bush. Mesmo em
casa, o presidente dos EUA perde
para o seu aliado britânico.
Em outra conclusão, a pesquisa
revela que a confiança na ONU diminuiu após a guerra no Iraque.
A imagem de que as Nações Unidas se tornaram menos relevantes
é compartilhada por britânicos,
americanos, franceses e alemães.
"Os números mostram que a população européia e a americana
estão sentindo que os laços que
nos uniram nos últimos 50 anos
estão se enfraquecendo, o que é
muito grave", disse Albright.
Apesar da piora na imagem dos
EUA e do enfraquecimento da
ONU, os países ocidentais acreditam que o Iraque irá melhorar
sem Saddam Hussein.
Próximo alvo
Em sete dos oito países muçulmanos pesquisados, a maioria da
população acredita que será atacada pelos EUA. Na Indonésia, na
Nigéria e no Paquistão, o índice
ultrapassou 70%. Mesmo no Kuait, tradicional aliado americano, 53% dos entrevistados temem que os EUA possam um dia representar ameaça ao país. Em levantamento anterior, as imagens negativas se restringiam ao Oriente
Médio e ao Paquistão.
"Uma coisa que nunca imaginei
e que causa grande preocupação é
constatar que as pessoas agora
têm medo do poder americano",
disse Albright. Síria, Coréia do
Norte e Irã, os países mais criticados pelos EUA nos últimos meses,
não participaram da pesquisa.
O levantamento entrevistou 16
mil pessoas em 20 países e nos territórios palestinos entre 28 de
abril e 15 de maio, mais de um
mês após a queda de Bagdá.
Com agências internacionais
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