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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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PESQUISA

Levantamento em 20 países coloca Tony Blair e Osama bin Laden entre os líderes mais populares do mundo

Apoio mundial aos EUA cai após guerra

DA REDAÇÃO

A guerra no Iraque provocou uma grande diminuição do apoio mundial aos EUA, sobretudo em países muçulmanos, e arranhou a imagem da ONU, revela pesquisa divulgada ontem pelo Centro de Pesquisas Pew, de Washington, presidido por Madeleine Albright, ex-secretária de Estado norte-americana durante o governo Clinton.
Realizada em 20 países, a pesquisa mostra que o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, tem uma imagem favorável em países de maioria muçulmana. Nos territórios palestinos, o saudita aparece como o líder mais popular. Jordânia, Marrocos e Paquistão -onde Bin Laden pode estar escondido- o colocam em segundo lugar.
Já o premiê britânico, Tony Blair, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, inspiram mais confiança em países não-muçulmanos do que o presidente americano, George W. Bush. Mesmo em casa, o presidente dos EUA perde para o seu aliado britânico.
Em outra conclusão, a pesquisa revela que a confiança na ONU diminuiu após a guerra no Iraque. A imagem de que as Nações Unidas se tornaram menos relevantes é compartilhada por britânicos, americanos, franceses e alemães. "Os números mostram que a população européia e a americana estão sentindo que os laços que nos uniram nos últimos 50 anos estão se enfraquecendo, o que é muito grave", disse Albright.
Apesar da piora na imagem dos EUA e do enfraquecimento da ONU, os países ocidentais acreditam que o Iraque irá melhorar sem Saddam Hussein.

Próximo alvo
Em sete dos oito países muçulmanos pesquisados, a maioria da população acredita que será atacada pelos EUA. Na Indonésia, na Nigéria e no Paquistão, o índice ultrapassou 70%. Mesmo no Kuait, tradicional aliado americano, 53% dos entrevistados temem que os EUA possam um dia representar ameaça ao país. Em levantamento anterior, as imagens negativas se restringiam ao Oriente Médio e ao Paquistão.
"Uma coisa que nunca imaginei e que causa grande preocupação é constatar que as pessoas agora têm medo do poder americano", disse Albright. Síria, Coréia do Norte e Irã, os países mais criticados pelos EUA nos últimos meses, não participaram da pesquisa.
O levantamento entrevistou 16 mil pessoas em 20 países e nos territórios palestinos entre 28 de abril e 15 de maio, mais de um mês após a queda de Bagdá.


Com agências internacionais


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