São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

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TPI

Conselho de Segurança adia por mais 12 dias decisão final sobre operação policial

ONU estende missão na Bósnia

DA REDAÇÃO

Com o apoio dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU aprovou unanimemente ontem uma extensão de 12 dias de uma missão de treinamento de policiais na Bósnia que expiraria à meia-noite (1h em Brasília).
Ao concordar com a extensão, os EUA adiaram por ora sua exigência de imunidade ante ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a seus soldados em missões de manutenção da paz no exterior.
Na segunda-feira, os EUA retiraram os três soldados americanos que participavam de uma força da ONU em Timor Leste, cumprindo a ameaça de retirar suas forças de todas as missões da ONU que integram caso elas não tivessem imunidade no TPI.
No domingo, os EUA haviam vetado a resolução da ONU para dar continuidade à missão na Bósnia, permitindo apenas que ela fosse estendida por 72 horas.
Ontem, Washington apresentou uma nova proposta ao Conselho de Segurança que daria um ano de imunidade ante o TPI a soldados de países que não ratificaram o tribunal, como os EUA. Após um ano, eles só poderiam ser julgados no TPI após uma votação no Conselho de Segurança, onde os EUA têm poder de veto.
A proposta foi rejeitada por dez dos 15 membros do Conselho de Segurança. Seis membros ratificaram o TPI, e seis o assinaram.
"Ninguém bateu a porta diante de nossas propostas", disse ontem o embaixador americano na ONU John Negroponte. "Tem sido uma luta difícil ganhar a aceitação de posições que temos defendido. Temos de encontrar alguma solução para esse problema, ou teremos de confrontá-lo em várias situações diferentes."
O embaixador britânico na ONU, Jeremy Greenstock, afirmou que o Conselho de Segurança voltaria a discutir as preocupações dos EUA em relação ao TPI na próxima semana.
Segundo funcionários do governo dos EUA, mesmo que a missão policial da ONU seja vetada, isso não significaria a retirada de soldados americanos de uma missão de manutenção da paz conhecida como Sfor, criada sob o acordo de paz de Dayton após a guerra de 1992-95 e liderada pela Otan.
Ari Fleischer, porta-voz da Casa Branca, afirmou na segunda que o governo apóia a missão de manutenção da paz na Bósnia, mas que o TPI poderia ser uma armadilha para americanos servindo no estrangeiro. Os EUA dizem temer que seus cidadãos sejam acusados no TPI por razões políticas.



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