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CHOQUE DE AVIÕES
Aviso automático de colisão estava em manutenção quando Tupolev e Boeing se chocaram durante vôo
Alarme aéreo suíço estava desligado
DA REDAÇÃO
O sistema automático de alarme de colisão da Skyguide, empresa que faz o controle de tráfego
aéreo na Suíça, estava desligado
quando dois jatos se chocaram na
segunda-feira, caindo em território alemão próximo à fronteira
suíça. O acidente deixou 71 mortos. A Skyguide admitiu que fazia
a manutenção do sistema no momento do choque.
Os aviões eram um Tupolev-154
da russa Bachkirian Airlines, com
69 pessoas a bordo -entre elas 58
estudantes que iam de férias para
a Espanha-, e um Boeing-757 de
carga da DHL, com dois tripulantes, que ia do golfo Pérsico para a
Bélgica.
Os controladores de tráfego aéreo suíços deram o alarme ao piloto russo apenas 50 segundos antes do choque, mandando que ele
diminuísse a altitude.
O piloto não reagiu de imediato
e começou a fazer a manobra exatamente no momento em que o
avião da DHL resolveu fazer a
mesma coisa, alertado por seu
próprio sistema de aviso contra
colisões aéreas.
Funcionários da Skyguide admitiram também que um dos dois
controladores de tráfego de plantão resolveu fazer uma pausa no
trabalho e não estava em seu posto nos minutos que antecederam
o acidente.
Desligar o sistema de alarme de
colisão e deixar apenas um controlador de plantão são dois procedimentos que, isoladamente,
não afetariam a operação de controle. As regras suíças, porém, indicam que ao menos dois controladores têm de ficar de plantão
enquanto o sistema automático
de alarme estiver desligado.
Anton Maag, chefe da torre de
controle do aeroporto de Zurique,
admitiu que houve um lapso nos
protocolos de segurança.
Esses novos dados devem intensificar o conflito entre as autoridades de aviação russas e suíças, que
vêm trocando acusações desde
que os dois jatos colidiram a 11
mil metros de altitude.
Maag tem defendido a Skyguide
e insistindo que a empresa deu ao
piloto russo tempo suficiente para
sair do curso de colisão.
Especialistas em aviação independentes dizem que os suíços tomaram procedimentos tecnicamente corretos, mas questionaram a razão de os controladores
levarem tanto tempo para emitir
o alerta. O Tupolev foi "entregue"
pelos controladores alemães aos
controladores suíços cinco minutos antes do acidente.
"Sabia-se que os aviões estavam
em rotas que se cruzariam e sabia-se também que estavam na mesma altitude", disse David Learmount, editor da "Flight International", publicação britânica especializada em aviação.
Apesar de admitir que o aviso
prévio de 50 segundos fosse suficiente, Learmount afirma que os
suíços não deixaram nenhuma
margem de erro para o piloto.
As caixas-pretas foram recuperadas por autoridades alemãs responsáveis pelas investigações. As
autoridades suíças ainda não puderam fazer perguntas ao controlador de vôo, que estava excessivamente abalado com o acidente.
Recuperação dos corpos
Cerca de 140 parentes dos estudantes estão indo da República
russa da Bachkiria, na região dos
Urais, para ajudar a identificar os
restos mortais. As equipes haviam
resgatado 38 corpos até ontem.
Apenas os dois pilotos do avião
de carga já tinham identificação
positiva.
Khalyaf Ishmuratov, vice-premiê bachkir, disse que autoridades locais iriam acompanhar os
parentes e médicos iriam dar
apoio psicológico.
Dina Itkulova, 46, irmã do co-piloto Murat Itkulov, afirmou que
estava ofendida com as insinuações de que os membros da tripulação do Tupolev tinham cometido erros e de que eles não dominavam de maneira satisfatória a
língua inglesa, usada internacionalmente nas operações de controle de tráfego aéreo.
"O inglês de meu irmão não era
impecável, mas ele tinha um conhecimento muito bom da língua", disse ela.
O premiê da Rússia, Mikhail
Kassianov, afirmou que "o acidente nada tem a ver com as normas de segurança em vigor nos
aviões russos", pois elas seriam
tão severas quanto as outras do
resto da Europa.
Segundo ele, as aeronaves que
não seguem a normas européias
apenas sã usadas apenas em vôos
internos na Rússia.
Com agências internacionais
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