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Americano é preso por mortes no Iraque
Segundo inquérito, após planejar estupro de iraquiana, militar matou vítima e três de seus parentes
DA REDAÇÃO
Um ex-soldado americano
foi preso e indiciado na última
sexta-feira, acusado da morte
de quatro civis iraquianos e do
estupro de uma das vítimas,
anunciaram ontem autoridades nos EUA. Se condenado,
Steven Green, 21, pode ser sentenciado à morte.
Os crimes ocorreram em
março, em Mahmudiya. Segundo a Procuradoria dos EUA, o
estupro foi planejado por quatro soldados, incluindo Green.
Já na casa da vítima, diz a denúncia, o acusado matou três
parentes dela -um homem,
uma mulher e uma menina-, e
a estuprou, matando-a em seguida. O FBI estima que a mulher tivesse 25 anos, mas vizinhos dizem que ela tinha 14.
A prisão ocorre em meio a
uma série de investigações de
assassinatos de civis no Iraque
supostamente cometidos por
soldados dos EUA. A TV árabe
Al Jazira, de Qatar, fez ampla
cobertura do caso, o que deve
piorar a já péssima imagem das
tropas americanas na região.
Documentos do processo dizem que Green foi desligado do
Exército antes de o caso vir à
tona, devido a um "transtorno
de personalidade". Ele era de
uma unidade que teve dois soldados seqüestrados e mortos
por insurgentes em junho. A
defesa diz não haver indício de
que se trate de retaliação.
Segundo relatório do FBI,
Green e os outros soldados tiveram a idéia de estuprar a iraquiana enquanto bebiam, após
trabalhar numa blitz de trânsito -ela morava perto do local.
Para evitar sua identificação, o
grupo teria trocado de roupa.
Já na casa da vítima, Green teria forçado a família dela a deitar, e então foram ouvidos tiros.
"Green apareceu na porta do
quarto e disse: "Acabei de matá-los. Estão todos mortos'", afirmou um dos soldados. Outro
confirmou a história.
Um deles disse que testemunhou Green e outro militar estuprando a mulher. "Depois, [o
soldado] viu Green atirar duas
ou três vezes na cabeça da vítima", afirma o documento. Um
quinto soldado, que ficou no local da blitz, disse que o grupo
voltou "com sangue em suas
roupas, que eles queimaram".
Os outros militares que foram à
casa não foram indiciados.
Autoridades americanas no
Iraque dizem que foram informadas do caso em março, depois que os corpos das vítimas
foram achados queimados. Já o
relatório do FBI afirma que o
Exército só tomou conhecimento dos crimes há 15 dias,
quando um soldado confessou.
Com agências internacionais
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