São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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Americano é preso por mortes no Iraque

Segundo inquérito, após planejar estupro de iraquiana, militar matou vítima e três de seus parentes

DA REDAÇÃO

Um ex-soldado americano foi preso e indiciado na última sexta-feira, acusado da morte de quatro civis iraquianos e do estupro de uma das vítimas, anunciaram ontem autoridades nos EUA. Se condenado, Steven Green, 21, pode ser sentenciado à morte.
Os crimes ocorreram em março, em Mahmudiya. Segundo a Procuradoria dos EUA, o estupro foi planejado por quatro soldados, incluindo Green. Já na casa da vítima, diz a denúncia, o acusado matou três parentes dela -um homem, uma mulher e uma menina-, e a estuprou, matando-a em seguida. O FBI estima que a mulher tivesse 25 anos, mas vizinhos dizem que ela tinha 14.
A prisão ocorre em meio a uma série de investigações de assassinatos de civis no Iraque supostamente cometidos por soldados dos EUA. A TV árabe Al Jazira, de Qatar, fez ampla cobertura do caso, o que deve piorar a já péssima imagem das tropas americanas na região.
Documentos do processo dizem que Green foi desligado do Exército antes de o caso vir à tona, devido a um "transtorno de personalidade". Ele era de uma unidade que teve dois soldados seqüestrados e mortos por insurgentes em junho. A defesa diz não haver indício de que se trate de retaliação.
Segundo relatório do FBI, Green e os outros soldados tiveram a idéia de estuprar a iraquiana enquanto bebiam, após trabalhar numa blitz de trânsito -ela morava perto do local. Para evitar sua identificação, o grupo teria trocado de roupa. Já na casa da vítima, Green teria forçado a família dela a deitar, e então foram ouvidos tiros. "Green apareceu na porta do quarto e disse: "Acabei de matá-los. Estão todos mortos'", afirmou um dos soldados. Outro confirmou a história.
Um deles disse que testemunhou Green e outro militar estuprando a mulher. "Depois, [o soldado] viu Green atirar duas ou três vezes na cabeça da vítima", afirma o documento. Um quinto soldado, que ficou no local da blitz, disse que o grupo voltou "com sangue em suas roupas, que eles queimaram". Os outros militares que foram à casa não foram indiciados.
Autoridades americanas no Iraque dizem que foram informadas do caso em março, depois que os corpos das vítimas foram achados queimados. Já o relatório do FBI afirma que o Exército só tomou conhecimento dos crimes há 15 dias, quando um soldado confessou.


Com agências internacionais


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