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Empresários do país prometem
resistir a sanções
DO ENVIADO A TEGUCIGALPA
Simpatizantes do governo
interino e ressentidas com a
pressão internacional, as
principais entidades empresariais de Honduras prometem "resistir" a um eventual
embargo econômico contra o
segundo país mais pobre da
América Central.
Segundo empresários ouvidos pela Folha, a avaliação
é de que a pressão seja apenas durante os seis meses do
"governo de transição". Pelo
calendário eleitoral, que o
presidente interino, Roberto
Micheletti, vem prometendo
respeitar, haverá eleições
presidenciais em 29 de novembro, e o novo mandatário do país assumirá dois meses mais tarde.
"Preferimos seis meses de
sanções a dez anos de ditadura ao estilo chavista", disse, em entrevista, Alejandro
Alvarez, vice-presidente do
Conselho Hondurenho da
Empresa Privada (Cohep),
organização guarda-chuva
que reúne 62 organizações
empresariais de setores como meios de comunicação e
construção civil.
Alvarez diz não acreditar
que haja sanções econômicas dos Estados Unidos, o
principal parceiro comercial
do país. Mas diz que sua entidade já prevê um plano de
contingência que pode envolver corte de salários e redução de importações, entre
outras medidas.
Ontem à tarde, o diretor-executivo da Federação Nacional de Pecuaristas e Agricultores de Honduras (Fenagh), Edgardo Leiva, se reuniu com Micheletti, onde,
diz, assegurou ao novo governo interino que o abastecimento do país está assegurado pelos próximos seis
meses.
"As sanções econômicas
não nos preocupam. Por
causa da baixa dos preços internacionais, agora temos
excedentes de leite, carne e
outros produtos. A nossa
preocupação está na defesa
da boa imagem do país", disse Leiva após a reunião.
Apesar do otimismo dos
empresários, Honduras
atravessa um momento econômico difícil por causa da
crise econômica mundial.
Ainda antes da crise, a expectativa é que a economia
cresceria apenas 2% neste
ano. Mais de 70% da população é pobre, e cerca de 40%
sobrevivem com menos de
US$ 1 por dia.
Os principais produtos do
país, café, banana e camarão,
têm como destino principal
os EUA, que até agora não sinalizaram que vão impor
sanções econômicas.
Até agora, as únicas medidas tomadas contra Honduras foram a suspensão de
empréstimos do Banco
Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento e o fechamento por
48 horas das fronteiras com
vizinhos para exportação e
importação.
(FM)
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