São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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Governo provisório manda cancelar cartão de Zelaya

DA REDAÇÃO

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, passou a depender do próprio bolso ou da solidariedade externa para bancar suas despesas com viagens, alimentação e hospedagem desde anteontem, segundo a imprensa hondurenha alinhada aos golpistas.
O cartão de crédito internacional custeado pelo Estado de Honduras foi cancelado ao meio-dia de quinta-feira depois de Zelaya gastar US$ 80 mil desde domingo, quando foi obrigado pelas Forças Armadas a deixar o país vestindo pijama.
Os gastos com diárias de hotel, comida e roupas foram realizados em Costa Rica, Panamá e Nicarágua, por onde circulou durante a semana, segundo a Rádio América, de Tegucigalpa.
Além do cartão de crédito, o governo interino também cancelou cem contas bancárias que tinham autorização para emitir cheques garantidos pelo Estado e suspendeu a verba para custeio de 50 veículos e 61 celulares da Casa do Governo.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de El Salvador, onde Zelaya esteve anteontem, o presidente deposto estava sozinho, ficou apenas algumas horas e não precisou arcar com nenhuma despesa.
A esposa e o filho mais novo do presidente deposto permaneceram em Honduras, hospedados na casa do embaixador norte-americano.
Antes de partir de El Salvador em um avião particular sem divulgar o destino, Zelaya falou a uma rádio local e pediu ao povo de Honduras para que se prepare para o seu retorno.
Dizendo que sua queda de braço com o governo interino é a luta mais importante do século 21, o governante deposto pediu aos hondurenhos para que "não desanimem, sintam a força do espírito e caminhem até Tegucigalpa".
"Todas as comunidades, especialmente as que têm consciência, devem se organizar e estar prontas, porque pacificamente vamos defender nossos direitos como cidadãos", disse.
Segundo o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, o presidente deposto está analisando se volta de avião ou por terra, possivelmente amanhã, depois de participar de nova reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos hoje, em Washington.
Apesar da esquiva de Ortega em confirmar o dia do retorno, a hipótese de que a volta ocorra amanhã, de avião, foi reforçada ontem.
Uma fonte do governo argentino confirmou à agência Reuters que a presidente do país, Cristina Kirchner, integrará a comitiva que voltará com Zelaya e disse que o voo sairá no domingo, da capital americana.


Com agências internacionais


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