São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2011

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Tailandeses devem ter sua primeira premiê

Vitória do partido Yingluck Shinawatra, de oposição, deverá resultar em sua nomeação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As eleições legislativas tailandesas foram vencidas pelo partido da empresária Yingluck Shinawatra, 44, irmã do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 por um golpe militar e atualmente no exílio em Dubai.
Yingluck deve ser a primeira mulher na história a assumir o cargo de premiê.
O Pheu Thai (Partido para os Tailandeses), segundo a Comissão Nacional Eleitoral, obteve, com quase a totalidade dos votos computados, 264 cadeiras das 500 disponíveis no Parlamento. No total, a sigla conseguiu 80% dos votos.
O primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, reconheceu a derrota do seu Partido Democrata, já que a sigla obteve 160 cadeiras.
Yingluck, conhecida como Pou, apelido dado por seus pais, nunca havia concorrido a um cargo público ou assumido um posto no governo.
Os especialistas consideram que, por causa da falta de experiência, ela tem muito a provar sobre sua capacidade de governar o país.
Mas alguns tailandeses, principalmente as mulheres, querem dar a ela o benefício da dúvida e veem a provável indicação de Yingluck como um grande passo para as mulheres do país, que têm lutado há muito tempo por representação no governo.
"Sempre quis uma mulher no cargo de primeiro-ministro", disse Areerak Saelim, 42, dona de uma loja de óculos escuros no mercado de Bancoc. "Vejo homens demais fracassando ao governar o país", completou.
Yingluck conta, assim como seu irmão, com o apoio dos "camisas vermelhas", responsáveis pelos protestos do ano passado e formados por camponeses pobres.
Thaksin, que já foi eleito premiê por duas vezes e é considerado fugitivo da Justiça, diz repetidamente que deseja voltar ao país.
"Acredito que todos os envolvidos têm de respeitar a decisão do povo", disse o foragido para uma TV tailandesa quando perguntado sobre o resultado do pleito.
Uma das políticas de Yingluck é anistiar os crimes políticos, o que suscita perguntas se ela se manterá independente no cargo.
"É óbvio quem ela representa", critica Puttasa Karnsakulton, 37, dono de uma loja de roupas. "Não posso aceitar que ter a primeira mulher no cargo de premiê signifique a atenção dela voltada para beneficiar alguém".


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