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CRIMINALIDADE
Maioria dos detidos são pessoas que pedem a motoristas para limpar vidros ou tomar conta dos carros
Cidade do México prende 500 com lei de "tolerância zero"
DA REDAÇÃO
A polícia da Cidade do México
prendeu cerca de 500 pessoas nos
dois primeiros dias de vigência da
lei de "tolerância zero", que impõe punições contra "franeleros"
(flanelinhas), limpadores de pára-brisas, malabaristas, engolidores
de fogo, camelôs, cambistas, prostitutas e quem joga lixo nas ruas.
A maioria foi presa em flagrante
quando limpava vidros ou pedia a
motoristas para vigiar seus veículos. A prefeitura diz que seu objetivo é acabar com as ameaças sofridas pelas pessoas no trânsito.
"Eles podem lavar os carros, podem tomar conta dos carros, mas
o que é ilegal é forçar as pessoas a
pagar por um serviço que não pediram", disse Maria de los Angeles Correa, diretora de Justiça Cívica da prefeitura. "Pessoas chegam a hospitais com casos de
emergência e encontram gente
pedindo 50 pesos [R$ 13,40] para
poder estacionar."
As penas previstas para os que
desrespeitarem a Lei de Justiça Cívica incluem detenção (de três a
24 horas), pagamento de multas
(entre 50 e 1.000 pesos) e prestação de serviços comunitários. A
Comissão de Direitos Humanos
do Distrito Federal calcula que
existam cerca de 15 mil jovens
tentando faturar trocados nas
ruas da capital do país. "Aqueles
que não têm dinheiro para pagar
poderão realizar trabalhos para a
comunidade", afirmou Correa.
A lei foi aprovada em junho e
estabeleceu um prazo de dois meses para que as autoridades se
preparassem para aplicá-la em toda a cidade, de cerca de 18 milhões
de habitantes.
As novas regras foram implementadas a partir de 146 sugestões apresentadas em 2003 pela
consultoria Giuliani Group, do
ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani (1994-2002), contratada por empresários mexicanos por US$ 4,3 milhões para
apresentar soluções para combater o crime e a degradação do centro da cidade. Giuliani implementou uma bem-sucedida política de
redução de criminalidade em Nova York, conhecida como "tolerância zero" -o registro de violência caiu pela metade em seu
primeiro mandato.
O México é uma das dez nações
mais violentas do mundo. Somente na capital, são registrados
mais de 200 mil delitos por ano.
Embora conte com uma taxa de
homicídios por 100 mil habitantes
equivalente a menos da metade
da registrada em São Paulo, a Cidade do México é temida pela freqüência de assaltos e, principalmente, seqüestros.
Com agências internacionais
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