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Base será usada para reabastecer aviões de carga
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A base aérea colombiana de
Palanquero deverá ser incluída
no esquema global de rotas da
Força Aérea dos EUA para o
transporte estratégico global
de carga e pessoal. Os EUA utilizam hoje 39 bases aéreas em
todo o mundo com esse objetivo e planejam operar em 44 bases no período de 2015 a 2025.
Por enquanto, nenhuma é na
América do Sul.
Além de atuar em ações locais contra o narcotráfico, a base servirá para reabastecimento de aviões de carga, especialmente o C-17 Globemaster III.
"Todo esforço será feito para
maximizar a infraestrutura
existente dentro da estratégia",
afirma o documento público
"Estratégia Global em Rotas",
produzido pelo Comando de
Mobilidade Aérea da Força Aérea americana.
A Folha revelou ontem que o
Brasil, que expressou preocupações com a ampliação da
presença militar americana na
Colômbia, vai indagar o assessor de Segurança Nacional da
Casa Branca, Jim Jones, que visita o Brasil nesta semana, sobre o documento.
Os EUA estão procurando
bases para reabastecer e em
certos casos fazer algum tipo
de manutenção dos seus aviões
de carga, principalmente o modelo C-17, capaz tanto de transporte estratégico como tático.
Transporte "estratégico" significa aquele feito a longas distâncias. Para isso os EUA usam
principalmente o C-5 Galaxy e
o C-17. Transporte "tático" é o
realizado regionalmente em
um teatro de operações. O C-17
também o faz, mas o principal
cargueiro tático é o C-130 Hercules, também usado pela Força Aérea Brasileira.
Para ter acesso mais fácil à
África, os EUA pensaram em
Recife, de onde o acesso é fácil
à ilha de Ascensão, base britânica no meio do Atlântico.
Mas considerações políticas
fizeram os americanos desistir
da ideia e optar por negociar o
acesso a Caiena, na Guiana
Francesa. "O relacionamento
político com o Brasil não é conducente para os acordos necessários. Mais ainda, Recife está a
4.100 milhas náuticas [7.597
km] da base aérea de Charleston, colocando-a fora da distância ponto a ponto do C-17",
dizem os autores do estudo.
O AMC divide em quatro níveis, de acordo com as instalações disponíveis, as bases aéreas que usa em vários países.
Por "base" não se deve entender necessariamente um ponto
de apoio para operações de intervenção militar, pois isso significaria envolver o país anfitrião em um conflito externo
com um terceiro país.
O nível 1 inclui tanto grande
capacidade de manutenção como tamanho para receber muitos aviões de carga. O nível 2
permite manutenção em menor escala e pequena capacidade de lidar com passageiros. O
nível 3 tem ainda menor capacidade de manutenção e de
passageiros.
Palanquero fará parte do nível 4, de bases "expedicionárias" -de limitadas instalações
para grandes aviões de transporte, embora sejam adequadas a aviões de combate.
A Câmara dos Representantes (deputados) americana já
aprovou US$ 46 milhões a serem investidos em Palanquero
para adequar a base aos anseios
americanos. Os fundos só podem ser usados, porém, após
ser fechado um acordo com a
Colômbia que "não impeça o
Comando Sul de executar sua
estratégia contra narcóticos
para a região".
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