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Teerã rejeita proposta de asilo feita por Lula
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Na primeira reação oficial
à intervenção do Brasil no caso, o Irã indicou ontem que
rejeita a oferta do presidente
Lula de conceder asilo à viúva Sakineh Ashtiani, 43, condenada à pena de morte por
apedrejamento por suposto
adultério.
"Pelo que sabemos, [o presidente Luiz Inácio Lula] da
Silva é uma pessoa muito humana e emotiva, que provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o
caso", disse Ramin Mehmanparast, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Em entrevista, disse que
Sakineh "cometeu um crime" de acordo com a lei iraniana e que o governo poderia dar mais informações ao
presidente Lula "para que ele
entenda o caso".
Em San Juan (Argentina),
onde participava da cúpula
do Mercosul, o presidente
Lula disse ter ficado "feliz"
por Teerã ter percebido "que
sou muito emocional".
"Segundo, não fiz um pedido [de asilo] formal. Fiz um
pedido mais humanitário.
Pelo que se fala na imprensa,
ou [Sakineh] vai morrer apedrejada ou enforcada. Ou seja, nenhuma das duas mortes é humanamente aceitável. Por isso, fiz esse apelo.
Obviamente, se houver disposição do Irã em conversar
sobre esse assunto, teremos
imenso prazer em conversar
e, se for o caso, trazer essa
mulher para o Brasil."
RESPEITO
Sobre direitos humanos no
Irã, disse que "cada país tem
sua lei, sua Constituição, sua
religião [...] e precisamos
aprender a respeitar o procedimento de cada país".
Lula ainda criticou o Conselho de Segurança da ONU,
dizendo que há mais gente
no mundo querendo "dividir
para reinar".
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