São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Exército britânico completa retirada de Basra e passa o controle às forças locais

DA REDAÇÃO

As tropas britânicas retiraram-se do palácio de Basra, sua última base na segunda maior cidade do Iraque. O palácio agora é das forças iraquianas, mas analistas crêem que Basra ficará sob o domínio das milícias xiitas. Os 500 militares que estavam no palácio foram levados ao aeroporto de Basra, nas cercanias da cidade, onde estão concentrados os últimos 5.500 militares britânicos no Iraque.
O premiê do Reino Unido, Gordon Brown, disse que a medida foi planejada há meses e que as tropas britânicas estariam disponíveis para auxiliar as forças iraquianas. "Somos capazes de dar treinamento e de reintervir em certas ocasiões", disse Brown. "O propósito é passar a segurança do Exército britânico para as forças iraquianas."
Porém autoridades americanas e militares da reserva britânicos duvidam da capacidade das forças iraquianas e vêem a retirada como uma derrota, segundo o "Financial Times".
"Ataques incessantes contra as forças britânicas causaram a sua saída das ruas para construções cada vez mais protegidas", diz um relatório da organização International Crisis Group, divulgado em junho. "Os moradores de Basra e milicianos vêem isso não como uma retirada, mas como uma derrota vergonhosa. Hoje, a cidade é controlada por milícias, que parecem mais fortes e incontroláveis do que antes."
O relatório afirma que Basra oferece uma imagem horripilante do futuro do país se as forças de coalizão saírem sem acordos de divisão de poder entre sunitas, xiitas e curdos para garantir a paz. O palácio de Basra sofreu ataques diários de foguetes e morteiros lançados por milícias xiitas até os britânicos libertarem 30 insurgentes e divulgarem que iriam se retirar.
O ministro da Defesa iraquiano, Abdul al Obaidi, disse confiar que seu Exército irá preencher o vácuo deixado em Basra.
Após a invasão dos EUA, o Exército britânico assumiu o controle das quatro Províncias do sul do Iraque, sendo que já se retirou de três delas. Nos últimos anos, o controle britânico sobre Basra diminuiu, enquanto as milícias se fortaleceram. Com a queda do regime sunita de Saddam Hussein e a passagem do poder aos xiitas, o sul do Iraque teve um período de relativa paz -interrompido, no entanto, pelas disputas por poder entre as milícias xiitas.
Enquanto o Reino Unido alega que a saída ocorre pois as forças iraquianas estão prontas para assumir a segurança, analistas qualificam a retirada como uma derrota porque entre seus motivos estariam a falta de planejamento do pós-guerra, a falta de aliados locais e o peso excessivo de operações prolongadas sobre o Exército britânico, de 100 mil homens.


Com agências internacionais e "Financial Times"

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