São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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China é acusada de invadir rede do Pentágono

Segundo funcionários, ação de hackers levou ao fechamento de sistema que servia secretário da Defesa

DEMETRI SEVASTOPULO
RICHARD McGREGOR
DO "FINANCIAL TIMES", EM WASHINGTON E PEQUIM

Autoridades americanas informaram que, em junho, militares chineses invadiram uma rede informatizada do Pentágono, no mais bem-sucedido ataque cibernético já desferido contra o Departamento de Defesa dos EUA. O Pentágono admitiu ter fechado parte de um sistema de computadores a serviço do gabinete do secretário da Defesa, Robert Gates, mas se negou a informar de quem acredita que foi a responsabilidade pelo ataque. Funcionários atuais e anteriores do departamento disseram ao "Financial Times" que uma investigação revelou que a incursão partiu do Exército de Libertação Popular. Um alto funcionário dos EUA disse que o Pentágono identificou a origem exata do ataque. Outra pessoa familiarizada com o acontecimento disse que "existe um grau muito alto de confiança (...) tendendo à certeza total" de que a responsabilidade é do ELP. O ministro da Defesa de Pequim negou-se a comentar o assunto. A chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, comentou relatos sobre uma infiltração chinesa de computadores do governo alemão com o premiê chinês, Wen Jiabao, em visita a Pequim na semana passada. Em resposta, a Chancelaria chinesa declarou que o governo se opõe e proíbe "quaisquer atos criminosos que enfraqueçam sistemas computadorizados, incluindo o hacking". O Exército de Libertação Popular invade redes militares dos EUA regularmente -e presume-se que o Pentágono faça o mesmo com redes chinesas-, mas autoridades americanas disseram que a penetração ocorrida em junho elevou os temores a um nível novo, pois a China teria demonstrado que seria capaz de perturbar o funcionamento de sistemas em momentos críticos. "O ELP demonstrou possuir a capacidade de desferir ataques que tornem nosso sistema inoperante (...) e a capacidade de causar perturbações em grande escala", disse um ex-funcionário americano.


Tradução de CLARA ALLAIN

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