São Paulo, sexta, 4 de setembro de 1998

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Assistência no Brasil é falha

da Redação

O Brasil não tem estrutura para responder a desastres aéreos, segundo Sandra Assali, presidente da Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos, criada após o acidente do vôo 402 da TAM (em outubro de 96), que matou 99 pessoas.
Na ocasião, Assali, 42, viu explodir o avião onde estava seu marido, José Abu Assali.
"Tivemos de nos virar para tudo. Fomos atrás de bolsa para escola, de psicólogos que não cobrassem, de médicos etc. Nunca houve quem nos trouxesse esse tipo de ajuda. Não houve assistência. O Brasil não tem esse tipo de estrutura. Nem as companhias aéreas nem o governo."
Em países como os EUA, enquanto não se avisam todas as famílias -vão à casa dos familiares-, não é divulgada a lista de passageiros para a imprensa. "Para que não haja o perigo de alguém, um irmão, um pai ou um filho, estar num lugar, ligar a TV ou o rádio e ficar sabendo", diz Assali.
No caso do acidente do avião da TAM, algumas pessoas ficaram sabendo o que houve pela TV. Um garoto, segundo ela, ligou a TV e viu o nome do pai.
O Brasil participará pela primeira vez, a partir do dia 26 deste mês, de um congresso nos EUA do Instituto Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, em inglês) sobre assistência às famílias de vítimas de desastres aéreos.
Segundo Assali, o NTSB atua desde o momento em que acontece o acidente. Toma as primeiras providências, resolve todas as questões legais e verifica se os parentes têm condição de fazer o enterro. (PDF)



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