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SAIBA MAIS
História explica má vontade da Áustria com intenção turca
STEPHEN CASTLE
DO "INDEPENDENT"
As opiniões ao redor da
Europa podem estar divididas no que tange ao ingresso
da Turquia na União Européia. Mas, na Áustria, há
poucos indícios de um verdadeiro debate, pois a história traz a lembrança dolorida
de um nervo exposto.
Em 1683, o Exército otomano de Kara Mustafa Pasha foi derrotado nas portas
de Viena, naquilo que foi o
último esforço turco para se
apoderar da cidade.
A capital austríaca possui
tantas recordações da batalha e o episódio é tão forte na
consciência nacional que
jornais agora caracterizaram
o esforço de Ancara como
um novo cerco de Viena.
A Áustria está apadrinhando a candidatura à UE
da cristã Croácia, num processo até ontem congelado
em razão da má vontade de
Zagreb em prender e entregar criminosos de guerra.
O impasse foi desbloqueado ontem, quando o tribunal
da ONU para a ex-Iugoslávia
disse que a Croácia voltava a
cooperar. Com isso, a UE
aceitou reabrir negociações.
O fato é que a tentativa de
bloquear a Turquia se tornou um trunfo para o chanceler Wolfgang Schüssel.
Nos demais países da Europa o peso da história também acaba influenciando o
debate. A França, por exemplo, com a maior população
de descendentes de armênios, tem às vezes relações
difíceis com a Turquia
Em 2001 o Parlamento
francês formalmente reconheceu o genocídio contra
os armênios, durante o colapso do Império Otomano,
o que provocou reações iradas de Ancara.
Na Alemanha, com a
maior comunidade de imigrantes turcos, as negociações também são questão
controvertida. Angela Merkel, líder conservadora,
apoiou a sugestão austríaca
de só dar à Turquia uma "associação privilegiada".
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