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RELIGIÃO
Relator-geral do sínodo, que é contra a idéia, diz que solução para a escassez de padres católicos é "distribuí-los"
Bispos discutem ordenamento de casados
DA REDAÇÃO
Um dos assuntos levantados
pelos bispos que se reúnem no
primeiro sínodo do pontificado
de Bento 16, no Vaticano, foi a escassez de padres.
Segundo documento que serve
de base para as discussões do sínodo que começou anteontem
-e cujo tema é a eucaristia-, em
1978 havia 1 padre para cada 1.797
católicos; o índice caiu para 1 por
2.677 em 2003.
Alguns grupos defenderam que
o ordenamento de homens casados fosse considerado como uma
das soluções para a carência de sacerdotes. Essa proposta, de ordenar homens casados, mais velhos,
que tenham uma vida exemplar
de acordo com a doutrina da Igreja Católica, já foi defendida por
teólogos nos últimos anos.
No entanto, de acordo com a
agência de notícias Reuters, o relator-geral do sínodo, cardeal Angelo Scola, de Veneza, deu a entender que é contra a idéia. Sobre
o problema da falta de padres,
Scola disse que é preciso encontrar meios para "distribuir as forças [os padres] entre as igrejas locais". O cardeal veneziano disse
ainda que a igreja não é um "negócio" com uma cota de padres a
preencher. Segundo a assessoria
de imprensa do Vaticano, Angelo
Scola afirmou que os padres participam da natureza que a eucaristia tem de ser um dom, e portanto
o ordenamento não é um direito.
Uma outra sugestão para resolver o problema da carência de padres foi o relaxamento do celibato, como forma de atrair mais
pessoas ao sacerdócio -rechaçada por Scola, para quem o sínodo
deveria discutir como distribuir
melhor os padres que existem.
A 11ª Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos reúne
250 bispos de 118 países e se encerra no próximo dia 23. O sínodo
é uma assembléia de caráter consultivo, e as resoluções aprovadas
em votação pelos bispos serão levadas à consideração de Bento 16.
João Paulo 2º
Numa entrevista que concedeu
em 1988, só revelada ontem, o papa João Paulo 2º, morto em abril
deste ano, mostrou-se preocupado com a possível deterioração da
fé dos católicos do Leste Europeu
quando entrassem em contato
com a Europa Ocidental.
A entrevista de João Paulo 2º à
edição polonesa da revista
"Newsweek", dada antes da queda do Muro de Berlim, não foi publicada a pedido do próprio papa.
Segundo João Paulo 2º, "se um
homem vive sob um sistema ateu,
ele vê melhor o que a religião significa". "E ele vê algo que o homem ocidental não vê: Deus é a
fonte da liberdade do homem."
Com agências internacionais
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