São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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RELIGIÃO

Relator-geral do sínodo, que é contra a idéia, diz que solução para a escassez de padres católicos é "distribuí-los"

Bispos discutem ordenamento de casados

DA REDAÇÃO

Um dos assuntos levantados pelos bispos que se reúnem no primeiro sínodo do pontificado de Bento 16, no Vaticano, foi a escassez de padres.
Segundo documento que serve de base para as discussões do sínodo que começou anteontem -e cujo tema é a eucaristia-, em 1978 havia 1 padre para cada 1.797 católicos; o índice caiu para 1 por 2.677 em 2003.
Alguns grupos defenderam que o ordenamento de homens casados fosse considerado como uma das soluções para a carência de sacerdotes. Essa proposta, de ordenar homens casados, mais velhos, que tenham uma vida exemplar de acordo com a doutrina da Igreja Católica, já foi defendida por teólogos nos últimos anos.
No entanto, de acordo com a agência de notícias Reuters, o relator-geral do sínodo, cardeal Angelo Scola, de Veneza, deu a entender que é contra a idéia. Sobre o problema da falta de padres, Scola disse que é preciso encontrar meios para "distribuir as forças [os padres] entre as igrejas locais". O cardeal veneziano disse ainda que a igreja não é um "negócio" com uma cota de padres a preencher. Segundo a assessoria de imprensa do Vaticano, Angelo Scola afirmou que os padres participam da natureza que a eucaristia tem de ser um dom, e portanto o ordenamento não é um direito.
Uma outra sugestão para resolver o problema da carência de padres foi o relaxamento do celibato, como forma de atrair mais pessoas ao sacerdócio -rechaçada por Scola, para quem o sínodo deveria discutir como distribuir melhor os padres que existem.
A 11ª Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos reúne 250 bispos de 118 países e se encerra no próximo dia 23. O sínodo é uma assembléia de caráter consultivo, e as resoluções aprovadas em votação pelos bispos serão levadas à consideração de Bento 16.

João Paulo 2º
Numa entrevista que concedeu em 1988, só revelada ontem, o papa João Paulo 2º, morto em abril deste ano, mostrou-se preocupado com a possível deterioração da fé dos católicos do Leste Europeu quando entrassem em contato com a Europa Ocidental.
A entrevista de João Paulo 2º à edição polonesa da revista "Newsweek", dada antes da queda do Muro de Berlim, não foi publicada a pedido do próprio papa.
Segundo João Paulo 2º, "se um homem vive sob um sistema ateu, ele vê melhor o que a religião significa". "E ele vê algo que o homem ocidental não vê: Deus é a fonte da liberdade do homem."


Com agências internacionais

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