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Explosão em carro mata 7 russos na Ossétia do Sul
Veículo, de registro georgiano, era vistoriado em base da Rússia na capital, Tskhinvali
Moscou e governo separatista responsabilizam Tbilisi, que, por sua vez, acusa o Kremlin de querer abortar retirada; 2 ocupantes do carro morreram
DA REDAÇÃO
Ao menos sete soldados russos morreram ontem, e entre 3
e 7 ficaram feridos na explosão
de um carro no quartel das forças de paz da Rússia em
Tskhinvali, capital da Ossétia
do Sul, região autonomista da
Geórgia pivô do conflito que
opôs Moscou a Tbilisi no começo de agosto. Os dois civis que
estavam no carro, de registro
georgiano, também morreram.
Segundo relatos de agências
de notícias russas, as tropas do
país patrulhavam o vilarejo de
Disevi, localizado na zona de
segurança criada por Moscou
no entorno da Ossétia do Sul,
em território georgiano, quando interceptaram dois veículos
com quatro civis que portavam
armas de fogo leves e granadas
e os levaram até Tskhinvali.
Após serem conduzidos à base russa na capital ossetiana, os
carros estavam sendo submetidos a uma vistoria quando um
deles explodiu. Seis soldados
morreram na hora, e um, no
hospital. O edifício da base e residências em até 500 metros foram danificados.
O episódio ocorre no momento em que a missão de paz
liderada pela União Européia
começa a patrulhar o entorno
da Ossétia do Sul e da Abkházia,
a outra região separatista da
Geórgia, conforme compromisso obtido pelo francês Nicolas Sarkozy, que ocupa a presidência rotativa da UE, com o
russo Dmitri Medvedev.
Pelo plano, até o próximo dia
10, a Rússia deve recuar suas
tropas para dentro das regiões
separatistas, cuja independência reconheceu no fim de agosto. Moscou já informou que
pretende manter 7.600 "soldados de paz" na Ossétia do Sul e
na Abkházia indefinidamente.
O governo russo condenou o
"ato terrorista", que disse ser
destinado a "minar os esforços
contemplados pelo plano Medvedev-Sarkozy". O porta-voz
das tropas de paz na região, Vitali Manushko, porém, manteve o cronograma de retirada.
"Creio que os postos serão entregues no prazo estabelecido."
O dirigente máximo da Ossétia do Sul, Eduard Kokoiti, acusou Tbilisi. "Os últimos atentados terroristas demonstram
que a Geórgia não renuncia a
sua política de terrorismo de
Estado. Nossos serviços secretos têm informações de que os
serviços especiais georgianos
prepararam 18 veículos carregados de explosivos."
O governo georgiano negou
participação e devolveu as acusações. "Trata-se de uma provocação urdida pelos russos ou
pelos ossetianos a fim de abortar a retirada das forças russas
da zona de segurança. O carro
explodiu na base das tropas
russas. Não podemos ter nada a
ver com isso", disse o Ministério do Interior da Geórgia.
O conflito na Ossétia do Sul
teve início quando Tbilisi tentou retomar o controle da região autonomista, na prática
desde 1992 sob protetorado
russo, ao que Moscou respondeu ocupando-a e avançando
em território georgiano. Após
seis dias, foi acertado o frágil
cessar-fogo sob mediação européia, cujos termos dão margem
a interpretações conflitantes.
Com agências internacionais
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