São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2006

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Deterioração nas relações é contínua

DA REDAÇÃO

Maior operação conduzida por Israel na faixa de Gaza nos últimos quatro meses, a ação em Beit Hanoun é mais um capítulo da contínua deterioração nas relações entre israelenses e palestinos desde que o grupo Hamas, responsável por atos terroristas contra civis israelenses, venceu as eleições de janeiro e assumiu o governo da Autoridade Nacional Palestina.
O detonante dessa ofensiva foi o seqüestro, em junho, do cabo do Exército de Israel Gilad Shalit -na primeira vez em que palestinos armados entraram em território israelense desde a retirada de Israel da faixa de Gaza, no ano passado, depois de 38 anos de ocupação.
Como resposta, o governo do premiê Ehud Olmert adotou a estratégia de asfixia militar, com o fim de coagir os seqüestradores a libertar o cabo. Quer ainda impedir que os palestinos continuem disparando foguetes contra seu território. Desde então, mais de 280 palestinos, a metade civis, e três soldados israelenses foram mortos.
A escalada de tensão expõe também as divisões entre os grupos palestinos, incapazes de estabelecer uma estratégia de ação conjunta, e há meses emperrados na negociação de um governo de unidade que reconheça o Estado de Israel -cuja destruição é pregada pelo Hamas.
O seqüestro do soldado ocorreu quando o Hamas negociava com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, sua adesão ao "documento dos prisioneiros", pelo qual o grupo reconheceria o direito de Israel de existir.
O governo palestino enfrenta ainda graves dificuldades financeiras depois que os EUA e a União Européia suspenderam a ajuda após a eleição do Hamas.


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