São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES AMERICANAS/ RUMO A 2008

Com Senado, Hillary mira Casa Branca

Progressista e moderada, ex-primeira-dama deve se reeleger senadora por Nova York com 30 pontos sobre republicano

Democrata diz ainda não ter decidido disputar a sucessão de Bush, mas já tem caixa cheio e equipe de campanha sob a liderança do marido

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

De olho na disputa pela Presidência em 2008, a ex-primeira-dama Hillary Clinton, 59, é favorita à reeleição ao Senado pelo Estado de Nova York. Pesquisas lhe dão vantagem de 35 pontos sobre o republicano John Spencer. No levantamento da Universidade de Quinnipiac, a democrata tem 65% dos votos, contra 30% do oponente.
O diretor do Instituto de Pesquisas de Quinnipiac, Maurice Carroll, diz que "no ritmo em que a coisa vai, a campanha de Hillary para a Casa Branca começa no dia 8 novembro". Na próxima terça-feira 7, eleições legislativas renovam toda a Câmara e 1/3 do Senado.
Costas Panagopoulos, especialista em Política da Fordham University, de Nova York, avalia que a decisão da democrata deva sair até dezembro. "A disputa de 2008 ainda está muito longe", afirmou.
A senadora tem repetido que está concentrada nesta eleição: "Alguns falam nisso [Presidência], mas ainda não tomei uma decisão". Caso queira disputar a Presidência, Hillary deverá concorrer com estrelas do partido, como o também senador Barak Obama, pela candidatura democrata.
Para tanto, ela já tem caixa sobrando -arrecadou mais de US$ 30 milhões, o triplo do que gastou na campanha- e montou uma megaequipe sob a liderança do marido, o ex-presidente Bill Clinton.
Eleita pela classe média progressista de Manhattan, a senadora é hoje uma das principais opositoras do governo de George W. Bush. Critica a política de guerra preventiva, o programa de espionagem antiterror e o déficit fiscal.
"Hillary tenta minimizar sua ambição, parecer ao mesmo tempo modesta e qualificada", diz o professor de Política na Universidade de Nova York Steven Brams. "Após ser acusada de arrogância no governo de seu marido, acho que ela não quer mais passar essa imagem."
Na reta final, Hillary foi designada pelo Partido Democrata para pôr panos quentes no mal-estar causado pelo candidato derrotado à Casa Branca em 2004, John Kerry, que nesta semana disse a estudantes que se dedicassem caso não quisessem ficar "atolados no Iraque". "Esta eleição é importante para mudar o direcionamento do país. Não vejo mudanças na política se não mudarmos as pessoas. Se Bush não quer alterar a equipe, trocamos o Congresso para influenciar as decisões", afirmou a senadora.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Taiwan: Escândalo de corrupção afeta o presidente
Próximo Texto: Pastor antigay é alvo de escândalo homossexual
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.