São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2006

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Pastor antigay é alvo de escândalo homossexual

DE NOVA YORK

Depois do ex-congressista Mark Foley, um novo escândalo sexual com contexto gay às vésperas das eleições legislativas mexe com a opinião pública conservadora dos EUA.
O pastor Ted Haggard, presidente da Associação Nacional de Evangélicos -ligada ao Partido Republicano, de George W. Bush-, renunciou ao cargo depois que um garoto de programa revelou ter mantido com ele um suposto relacionamento homossexual de três anos em troca de dinheiro.
Em entrevistas, Haggard, 50 -casado e com cinco filhos-, admite que esteve com Mike Jones para comprar drogas (metanfetamina). Mas nega que tenha mantido relações sexuais com ele.
O escândalo ganha peso porque o reverendo foi o principal aliado da Casa Branca na campanha contra o casamento gay nos EUA. Bush e Haggard, visto como um dos responsáveis por garantir o apoio de cristãos conservadores para a reeleição do presidente em 2004, se reúnem todas as segundas-feiras em Washington.
No início deste ano, Bush tentou aprovar, sem sucesso, uma emenda constitucional que definia o casamento como a união entre um homem e uma mulher -vetando, na prática, o matrimônio homossexual.
Na próxima terça, eleitores de alguns Estados vão decidir sobre a questão em referendo. Hoje o Estado de Massachusets admite o casamento gay, e os Estados de Vermont, Connecticut e, mais recentemente, Nova Jersey permitem a união civil.
Em entrevistas a redes de TV americanas, Jones, 49, disse que manteve uma relação sexual "de negócios" com o pastor em Denver, no Colorado.
"Fiquei zangado com o fato de alguém que se opunha tão fortemente ao casamento gay mantivesse relações homossexuais atrás dos bastidores", afirmou o garoto de programa.
Haggard, titular da megaigreja New Life, no Colorado, e um dos principais líderes do poderoso movimento evangélico de direita dos EUA, disse ter se afastado voluntariamente para buscar "ajuda espiritual e direção". "Nunca tive relação homossexual com ninguém. Sou fiel à minha esposa".
Há um mês, o deputado republicano Mark Foley renunciou ao serem reveladas mensagens em que ele assediava ajudantes do Congresso de 16 anos. (VQG)


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