São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2010

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FOCO

Californianos fumam para superar derrota em plebiscito sobre maconha

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

A Califórnia votou contra a legalização da maconha na terça-feira, mas e daí? Os ativistas pela campanha do "sim" não deram ouvidos às urnas, contaram grandes vitórias e, claro, acenderam mais um baseado.
"Vamos manter a positividade rolando", gritou uma assessora do grupo durante a apuração do plebiscito que legalizaria a comercialização, posse e plantação da droga para maiores de 21 anos. O resultado acabou em 54% dos eleitores contra.
Jornalistas foram convidados a acompanhar a apuração com os ativistas, num grande escritório de advocacia em Los Angeles. Enquanto uma festa particular acontecia nos jardins, a imprensa ficou restrita à garagem, onde era "proibido fumar".
"É decepcionante, mas conseguimos legitimar o debate. Plantamos mais uma semente", disse à Folha o advogado Bruce Margolin, que já defendeu mais de 25 mil maconheiros, celebridades e o guru do psicodelismo Timothy Leary.
Mesmo antes de reconhecer a derrota, Margolin já distribuía pela casa, sede de sua empresa, um panfleto sobre as eleições de 2012, nas quais o grupo tentará de novo.
"Foi um momento político ruim. Você pode ver como democratas e republicanos estão próximos. Estamos vivendo uma virada à direita", disse Margolin, levando a reportagem a seu escritório, repleto de revistas, livros e gente fumando maconha. Adesivos, broches e camisetas também eram distribuídos, assim como a própria droga.
Os ativistas têm como vitória um projeto de lei assinado pelo governador Arnold Schwarzenegger que descriminaliza a posse de até 28 gramas de maconha e a torna infração sujeita a multa de US$ 100 (R$ 270).
Uma das bandeiras da campanha era taxar o comércio da erva e trazer ao Estado mais de US$ 1 bilhão em impostos. A droga é legalizada para fins medicinais desde 1996 e pode ser comprada com carteira médica.


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