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FOCO
Californianos fumam para superar derrota em plebiscito sobre maconha
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
A Califórnia votou contra a
legalização da maconha na
terça-feira, mas e daí? Os ativistas pela campanha do
"sim" não deram ouvidos às
urnas, contaram grandes vitórias e, claro, acenderam
mais um baseado.
"Vamos manter a positividade rolando", gritou uma
assessora do grupo durante a
apuração do plebiscito que
legalizaria a comercialização, posse e plantação da
droga para maiores de 21
anos. O resultado acabou em
54% dos eleitores contra.
Jornalistas foram convidados a acompanhar a apuração com os ativistas, num
grande escritório de advocacia em Los Angeles. Enquanto uma festa particular acontecia nos jardins, a imprensa
ficou restrita à garagem, onde era "proibido fumar".
"É decepcionante, mas
conseguimos legitimar o debate. Plantamos mais uma
semente", disse à Folha o advogado Bruce Margolin, que
já defendeu mais de 25 mil
maconheiros, celebridades e
o guru do psicodelismo Timothy Leary.
Mesmo antes de reconhecer a derrota, Margolin já distribuía pela casa, sede de sua
empresa, um panfleto sobre
as eleições de 2012, nas quais
o grupo tentará de novo.
"Foi um momento político
ruim. Você pode ver como
democratas e republicanos
estão próximos. Estamos vivendo uma virada à direita",
disse Margolin, levando a reportagem a seu escritório, repleto de revistas, livros e gente fumando maconha. Adesivos, broches e camisetas
também eram distribuídos,
assim como a própria droga.
Os ativistas têm como vitória um projeto de lei assinado
pelo governador Arnold
Schwarzenegger que descriminaliza a posse de até 28
gramas de maconha e a torna
infração sujeita a multa de
US$ 100 (R$ 270).
Uma das bandeiras da
campanha era taxar o comércio da erva e trazer ao Estado
mais de US$ 1 bilhão em impostos. A droga é legalizada
para fins medicinais desde
1996 e pode ser comprada
com carteira médica.
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