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ANÁLISE
Resultado pode frustrar planos do governo na política externa
STEPHEN R. HURST
DA ASSOCIATED PRESS,
EM WASHINGTON
A vitória republicana nas
eleições pode frustrar as esperanças do presidente Obama sobre redefinir o relacionamento com a Rússia, e
abrir caminho a uma abordagem mais dura com a China.
A reacomodação na estrutura de poder do Congresso pode resultar em mais apoio
às políticas de Obama quanto ao Afeganistão, mas forçar
o presidente a relaxar sua atual pressão sobre Israel.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou que os
resultados não mudarão o rumo americano nas relações exteriores porque "a política para na fronteira".
A despeito de suas palavras, uma mudança dramática no cenário político certamente terá efeito considerável, tanto em termos concretos quanto de mensagem.
Uma voz mais forte dos republicanos no Congresso pode levar o presidente a repensar alguns de seus planos.
Embora o confronto entre EUA e Irã venha sendo o destaque, as disputas que fervem lentamente no relacionamento com a China são
provavelmente a área mais
aberta a ações americanas
rápidas, quando os republicanos passarem a deter
maioria da Câmara e presença maior no Senado.
Os republicanos tradicionalmente adotam linha dura em questões comerciais.
A China enfrenta críticas
pela política cambial de moeda desvalorizada que adota,
parcialmente responsável
pelo deficit comercial desproporcional de Washington em relação a Pequim.
Agora se tornou mais provável que Washington venha a impor alguma forma de
sanção contra Pequim, devido à manipulação da moeda.
A política externa de Obama pode sofrer forte abalo no
que tange ao relacionamento
com a Rússia. Muitos conservadores mantiveram a desconfiança quanto a Moscou
que sentiam na Guerra Fria, o
que pode dificultar a ratificação pelo Senado do novo tratado de redução de armas.
Ainda que Washington esteja envolvida em guerras no
Iraque e Afeganistão, as duas
dispendiosas e sangrentas
empreitadas atraíram pouco interesse neste ano eleitoral.
Embora os democratas estejam perdendo a paciência
com o conflito no Afeganistão, que está chegando ao
seu décimo aniversário, Obama provavelmente conseguirá apoio às suas políticas para a guerra junto aos republicanos, que devem pressioná-lo para limitar ou postergar
os planos de iniciar a retirada
em 1º de julho. Os republicanos em geral assumem postura mais agressiva quanto a
assuntos de guerra e paz.
No Oriente Médio, os fortes
ganhos republicanos provavelmente custarão a Obama
alguma margem de manobra
na sua promoção de negociações de paz entre Israel e os
palestinos. O presidente vem
exercendo pressão sobre os
israelenses para que suspendam seus projetos de construção de assentamentos na
Cisjordânia e em Jerusalém.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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