São Paulo, sexta-feira, 04 de novembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE

Europa não passa no teste, reconhecem chefes de governo reunidos em Cannes

DO ENVIADO A CANNES

Toda a pletórica e diversificada pauta que aparece a cada cúpula do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, foi violentamente abalroada pela crise greco-europeia.
Os parceiros europeus rezavam para que ficasse demonstrado que a União Europeia havia finalmente estabelecido uma "firewall" ou corta-fogo, na expressão ontem usada pelo presidente Barack Obama, em torno dos países centrais, como Itália e Espanha.
A Grécia já era dada como caso perdido, na medida em que apenas um calote -ainda que ordenado e parcial- poderia fornecer oxigênio a uma economia em estado comatoso.
Espanha e Itália, no entanto, são grandes demais para serem socorridas como a Grécia o foi.
Se a medida de êxito da cúpula do G20 em Cannes era a capacidade de a Europa comprovar que fizera direitinho a lição de casa, então pode-se falar em fracasso, antes mesmo de o encontro terminar.
Afinal, houve virtual unanimidade entre os chefes de governo, mesmo os europeus, de que o dever de casa não está completo. Na verdade, foi dado apenas um primeiro passo, na boa direção, segundo a avaliação dos governantes, mas ainda falta o essencial: como é o detalhamento do corta-fogo.

CRESCIMENTO
Mesmo que ainda hoje os europeus consigam mostrar aos parceiros que seu pacote está agora completo, o predomínio avassalador da crise greco-europeia levou a que o G20 escamoteasse a discussão de fundo que foi a razão de ser da criação do grupo: como coordenar medidas para retomar o crescimento de forma sólida, inclusive gerando os empregos que faltam na frágil recuperação em curso no mundo rico.
É claro que o comunicado final de hoje mencionará o desejo de promover um crescimento "forte, sustentável e equilibrado", mas como fazê-lo divide Europa e Estados Unidos, com o Brasil ao lado dos norte-americanos.
A Europa está pondo todas as fichas no ajuste fiscal. Os EUA (e o Brasil) não são contra, mas acham que a prioridade do momento é estimular o crescimento, deixando o ajuste para o médio prazo. Debate que fica para 2012, no México. (CLÓVIS ROSSI)


Texto Anterior: Gentileza de líder esconde a sua 'vontade férrea'
Próximo Texto: BC europeu surpreende e diminui juros
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.