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GUERRA AO TERROR
Canberra provoca comoção na Ásia
Ataque preventivo australiano será ato de guerra, diz premiê malasiano
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, disse
que um ataque preventivo contra
terroristas realizado no país seria
considerado "um ato de guerra".
Com essa declaração, o líder
malasiano deu uma dura resposta
a um pronunciamento feito pelo
primeiro-ministro australiano,
John Howard, no domingo. Segundo Howard, a Austrália poderá fazer ataques preventivos contra terroristas se descobrir que
eles pretendem atacar o território
ou os cidadãos australianos.
Em outubro, ataques terroristas
em Bali (Indonésia) mataram cerca de 200 pessoas, quase a metade
delas australianas.
A Austrália classificou ontem de
"sem sentido" a comoção existente na Ásia por conta de sua política antiterrorismo.
Mahathir afirmou que a Austrália parecia um "peixe fora d'água"
na Ásia ao tentar impor valores
europeus, "como se o mundo ainda estivesse nos bons e velhos
tempos em que as pessoas podiam matar aborígenes sem pensar nos direitos humanos".
"Consideraremos isso [um ataque preventivo australiano] uma
tentativa de travar uma guerra
contra nosso governo e contra
nosso país", afirmou Mahathir
anteontem à noite, segundo relatos da mídia da Malásia.
"Se eles usarem mísseis ou aeronaves controladas por controle
remoto para matar pessoas ou para atacar supostos terroristas,
consideraremos isso atos de guerra e agiremos de acordo com nossas leis para proteger a soberania
e a independência de nosso país."
Howard insistiu ontem em que
uma ação preventiva em outro
país é uma resposta legítima ao
terrorismo, enfatizando que essa
ameaça não tem como alvo seus
vizinhos asiáticos.
Sua atitude tem como objetivo
acalmar os australianos e as empresas aéreas do país, que foram
colocadas em alerta máximo depois que os serviços de inteligência disseram que a Austrália poderia sofrer um ataque terrorista
em dezembro ou em janeiro.
Chris Kenny, porta-voz da
Chancelaria australiana, afirmou
que o chanceler Alexander Downer ainda não tinha conhecimento do conteúdo exato dos comentários de Mahathir, mas salientou
que "muita coisa sem sentido tinha sido dita sobre o assunto".
Com agências internacionais
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