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Aumentam protestos no Líbano por saída de premiê
Confronto entre simpatizantes do governo e da oposição deixa um morto e 21 feridos
Hizbollah lidera atos contra Siniora, que acusa grupo de tentar pôr país sob jugo sírio e iraniano; manifestantes acampam ante gabinete
DA REDAÇÃO
Os protestos pela saída do
premiê libanês, Fuad Siniora,
se intensificaram ontem, com
dezenas de milhares de manifestantes acampados no centro
de Beirute e a eclosão de confrontos entre simpatizantes do
governo e da oposição que deixaram um morto e 21 feridos.
A morte de Ahmed Ali Mahmoud, um xiita de 20 anos, deve inflamar os ânimos e pôr em
xeque o já combalido equilíbrio
sectário e político do país, onde
tanto a milícia xiita Hizbollah,
aliada à Síria e ao Irã, quanto o
governo, apoiado por Washington, se recusam a ceder.
O confronto ocorreu quando
um grupo de simpatizantes do
Hizbollah retornava da manifestação no centro da cidade e
passava pelo bairro de Tarik
Jdideh, predominantemente
sunita. Segundo a polícia, os
dois lados começaram a atirar
pedras. Houve tiros.
Em outro bairro, uma briga
entre grupos de sunitas e xiitas
terminou com lojas incendiadas e ao menos um carro danificado. Soldados jogaram bombas de gás lacrimogêneo para
dispersar a multidão.
Mas, apesar do aumento dos
embates no terceiro dia consecutivo de protestos por sua saída, Siniora reafirmou que não
irá renunciar.
"O que está em andamento é
uma tentativa de golpe de Estado que comprometeria a independência do Líbano e o colocaria na esfera de influência da
Síria e do Irã", disse a coalizão
oficial em comunicado.
O premiê participou ontem
de uma missa celebrada em seu
gabinete, em memória de Pierre Gemayel, ministro da Indústria e líder da comunidade cristã maronita, recentemente assassinado supostamente pelos
sírios ou seus aliados locais.
Separadamente, partidários
do líder cristão Michel Aoun,
aliado do Hizbollah, mandaram
rezar outra missa, na catedral
São Jorge, depois da qual milhares de cristãos ligados a ele
saíram em passeata contra o
atual gabinete.
Siniora disse que não se curvará às manifestações em praça
pública e apelou para que o presidente do Parlamento, Nabih
Berri, um xiita próximo do Hizbollah, faça a intermediação
para a retomada do diálogo.
O premiê -que, como determina a Constituição, é sunita-
também disse que o Exército
barraria uma tentativa de invasão da sede do governo.
O secretário-geral da Liga
Árabe, Amr Moussa, chegou
ontem a Beirute para se encontrar com as autoridades locais.
Declarou que os países árabes
"não assistirão passivamente"
a degradação da situação.
O apoio ao Hizbollah cresceu
sensivelmente no Líbano após
a guerra entre o grupo e Israel,
em julho e agosto. A crise no governo se agravou há três semanas, quando cinco ministros
xiitas ligados à milícia renunciaram após verem rejeitada
sua demanda por mais poder
no gabinete.
Em Jerusalém, o premiê israelense, Ehud Olmert, disse
"estar claro quais são as forças
interessadas em depor Siniora". Israel teme que a crise no
país vizinho evolua para um
conflito armado e leve a uma
intervenção pata evitar que o
confronto transborde por sua
fronteira.
Com agências internacionais
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