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OSCE aponta fraude e restrição da competitividade em eleições
DO ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU
A Organização para Segurança e Cooperação na Europa disse ontem que a eleição parlamentar russa de domingo "não
foi justa", ecoando acusações
dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental). Já o presidente
Vladimir Putin disse que o pleito foi "legítimo" e agradeceu a
"confiança" nele depositada
com os 64% de votos a seu partido, o Rússia Unida, mas manteve o suspense sobre o que fará
ao deixar o cargo em março.
"A eleição aconteceu em uma
atmosfera que limitou a competição política", afirmou a OSCE. "Houve abuso de recursos
administrativos, cobertura de
mídia fortemente a favor do
partido governante e um código eleitoral cujo efeito cumulativo bloqueou o pluralismo."
A Comissão Central Eleitoral
negou ter havido problemas e
rejeitou a acusação do Partido
Comunista, segundo no pleito,
de fraudes em todo o país.
A OSCE desistiu de mandar
400 observadores para a eleição porque Moscou dificultou a
concessão de vistos. Putin negou o problema e disse que isso
foi uma desculpa dos EUA para
desacreditar o pleito. Só um
grupo pequeno da OSCE esteve
entre os 330 monitores.
"Quero agradecer aos cidadãos russos, todos os eleitores,
pelo alto comparecimento. Em
especial para aqueles que votaram pelo Rússia Unida, cuja lista eleitoral eu encabecei, porque isso é um indicador de confiança", afirmou Putin. O comparecimento superou 60%.
Os comunistas, que ficaram
com 12% dos assentos da Duma
(Câmara Baixa), ainda pretendem tentar impugnar a eleição
na Justiça -algo improvável.
A ONG Golos, especializada
em política, não crê que fraudes
eventualmente cometidas possam ter alterado o resultado final da eleição. De todo modo, o
Golos relatou diversos abusos.
Além do Rússia Unida e do
Comunista, que é oposição formal mas não impõe dificuldade
a Putin, só dois partidos -pró-Kremlin- passaram a cláusula
de barreira de 7%: o Liberal Democrático e o Rússia Justa.
(IG)
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