São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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PAQUISTÃO

Comissão veta candidatura de Sharif, que ameaça boicote

DA REDAÇÃO

O ex-premiê paquistanês Nawaz Sharif, que disputaria uma vaga no Parlamento nas eleições do próximo dia 8 de janeiro, teve sua candidatura recusada pela Comissão Eleitoral do país.
Sharif foi deposto, em 1999, pelo ditador Pervez Musharraf. Sua candidatura foi recusada por ele ter sido condenado judicialmente.
O veredicto remete à época do golpe. Naquele ano, Sharif impediu um avião que trazia Musharraf de aterrissar no Paquistão, o que precipitou sua derrubada. No ano seguinte, Sharif foi condenado por seqüestro de avião. No exílio desde 2000, ele foi autorizado a retornar ao Paquistão no fim de novembro.
"Deixe que rejeitem a candidatura, dez ou cem vezes. Eu servirei ao povo com muito mais vigor e determinação", disse Sharif. Líderes de seu partido, o PLM-N (Partido da Liga Muçulmana-Nawaz), afirmaram que ele não recorrerá da decisão por não confiar nos juízes, escolhidos por Musharraf após o ditador dissolver a Suprema Corte e decretar estado de emergência, há um mês.
O ex-premiê prega o boicote da oposição às eleições, apesar de ter se inscrito nela. Ontem, em Islamabad, ele se encontrou com a também ex-premiê e oposicionista Benazir Bhutto. Os dois anunciaram que divulgarão, em breve, uma lista de exigências ao governo e que, se não forem atendidos, boicotarão as legislativas.
Benazir, embora não tivesse descartado o boicote, vinha resistindo à idéia. Antes de o ditador decretar estado de emergência, ela e Musharraf discutiam a possibilidade de uma aliança política.
Cogitava-se que Musharraf permaneceria como presidente -o que de fato ocorreu, com ele abandonando, na semana passada, a farda e reassumindo como civil- e Benazir ocuparia o cargo de premiê.


Com agências internacionais


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