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PAQUISTÃO
Comissão veta candidatura de Sharif, que ameaça boicote
DA REDAÇÃO
O ex-premiê paquistanês
Nawaz Sharif, que disputaria
uma vaga no Parlamento nas
eleições do próximo dia 8 de
janeiro, teve sua candidatura
recusada pela Comissão
Eleitoral do país.
Sharif foi deposto, em
1999, pelo ditador Pervez
Musharraf. Sua candidatura
foi recusada por ele ter sido
condenado judicialmente.
O veredicto remete à época do golpe. Naquele ano,
Sharif impediu um avião que
trazia Musharraf de aterrissar no Paquistão, o que precipitou sua derrubada. No ano
seguinte, Sharif foi condenado por seqüestro de avião. No
exílio desde 2000, ele foi autorizado a retornar ao Paquistão no fim de novembro.
"Deixe que rejeitem a candidatura, dez ou cem vezes.
Eu servirei ao povo com muito mais vigor e determinação", disse Sharif. Líderes de
seu partido, o PLM-N (Partido da Liga Muçulmana-Nawaz), afirmaram que ele não
recorrerá da decisão por não
confiar nos juízes, escolhidos
por Musharraf após o ditador dissolver a Suprema Corte e decretar estado de emergência, há um mês.
O ex-premiê prega o boicote da oposição às eleições,
apesar de ter se inscrito nela.
Ontem, em Islamabad, ele se
encontrou com a também
ex-premiê e oposicionista
Benazir Bhutto. Os dois
anunciaram que divulgarão,
em breve, uma lista de exigências ao governo e que, se
não forem atendidos, boicotarão as legislativas.
Benazir, embora não tivesse descartado o boicote, vinha resistindo à idéia. Antes
de o ditador decretar estado
de emergência, ela e Musharraf discutiam a possibilidade de uma aliança política.
Cogitava-se que Musharraf permaneceria como presidente -o que de fato ocorreu, com ele abandonando,
na semana passada, a farda e
reassumindo como civil- e
Benazir ocuparia o cargo de
premiê.
Com agências internacionais
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