São Paulo, sábado, 05 de janeiro de 2008

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Emocionada, avó quer guarda da criança

DE CARACAS

Numa emocionada entrevista coletiva ontem em Caracas, Clara de Rojas, mãe da refém Clara Rojas e avó de Emmanuel, disse que não tem dúvidas de que o menino de 3 anos submetido ao exame de DNA é o seu neto e anunciou que irá pedir a guarda da criança.
"Estou muito contente, muito feliz, damos credibilidade às provas que estão surgindo e, se alguém quiser continuar averiguando sobre mais certezas sobre essas provas, pois está na possibilidade de fazê-lo", disse Clara de Rojas, tentando conter o choro. "As que recebi de momento já me bastam."
"Que bom contar com amigos que nos podem ajudar a conseguir a liberação de minha filha e da senhora Consuelo de Perdomo, a mãe de Patrícia e de Maria Fernanda", disse ao lado das filhas da ex-congressista também seqüestrada pela guerrilha.
De idade avançada e saúde frágil -caminha com a ajuda de um andador-, Clara de Rojas se converteu no símbolo dos familiares dos reféns. A prestigiosa revista colombiana "Semana" a escolheu como a "personagem do ano 2007".
Em Bogotá, Iván Rojas disse à rádio W que estava "seguro" de que o garoto é seu sobrinho. Segundo ele, o importante agora é libertação da irmã. "Com essa prova [de DNA], termina a Operação Emmanuel e começa a Operação Clara."
A família de Emmanuel não subscreveu uma carta assinada por alguns parentes de reféns das Farc em que pedem a formação de uma comissão internacional para confirmar a identidade de Emmanuel.
O documento, divulgado pelo governo venezuelano, é dirigido aos governos de todos os países que atuaram como observadores na fracassada Operação Emmanuel, entre os quais a Argentina, a Bolívia, o Brasil e a França.
Aos olhos de Fabrice Delloye, ex-marido da senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada junto com Clara, a confirmação da identidade de Emmanuel seria a "única boa notícia" desde o fracasso da missão.
Para ele, porém, o cenário é de pessimismo. "Assistimos a uma luta de egos: o presidente Uribe está mais enraivecido. Marulanda (líder das Farc) prevê uma ofensiva." "O acordo humanitário está cada vez mais distante".


Com agências internacionais

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