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Israel volta a descartar trégua
Chanceler diz não querer "legitimar" o Hamas; sob fogo, grupo indica que aceitará mediação egípcia
EUA vetam resolução árabe que pedia fim imediato dos ataques; países europeus intensificam esforços por cessar-fogo na faixa de Gaza
DA REDAÇÃO
O governo israelense voltou
ontem a descartar suspender
os ataques contra a faixa de Gaza, numa posição que segue
apoiada pelos EUA, mas contraria crescentes apelos internacionais por um cessar-fogo.
"Seguimos determinados em
nossa intenção de afligir o Hamas e não temos intenção de legitimá-lo. Não temos nada a
discutir com eles", reiterou ontem a chanceler Tzipi Livni a
um emissário da Rússia que visava mediar a retomada do diálogo de Israel com o grupo.
A declaração da ministra
ecoou outra feita horas antes
pelo premiê israelense, Ehud
Olmert. "Não devemos aceitar
a ideia de um cessar-fogo enquanto o Hamas continua disparando [foguetes]. Não faz o
menor sentido", disse Olmert.
O premiê destacou que Israel
não pretende reocupar a faixa
de Gaza, de onde retirou suas
tropas e colonos há três anos, e
destacou que o objetivo da
ofensiva é "derrotar o terror".
"O Hamas começa a sentir o
peso de seus erros", afirmou.
Hamas
Pressionado pela ofensiva israelense, o Hamas indicou ontem no fim da noite que poderá
aceitar a mediação oferecida
pelo Egito. Um dirigente do
grupo na faixa de Gaza, Ayman
Taha, disse à agência Reuters
que uma delegação será enviada hoje ao Cairo para discussões, "em resposta a um convite
egípcio".
Em novembro, o grupo islâmico abandonou negociações,
também mediadas pelo Egito,
que visavam a reconciliação
com os rivais do Fatah. O rompimento entre as duas principais forças políticas palestinas
ocorreu em 2007, quando o Hamas, vencedor das eleições legislativas palestinas de 2006,
expulsou o Fatah de Gaza.
Ontem, os planos israelenses
de continuar a ofensiva foram
avalizados pelos EUA, que vetaram uma proposta de resolução
apresentada ao Conselho de
Segurança da ONU na noite de
sábado pelos países árabes pedindo uma trégua imediata.
O texto foi formalmente proposto pela Líbia, que ocupa
uma das dez cadeiras rotativas
do Conselho. Mas os EUA, um
dos cinco membros permanentes do órgão supremo da ONU,
usaram o direito de veto.
"A autodefesa de Israel não é
negociável", disse o representante americano na ONU.
A rejeição da resolução, que
tinha o apoio informal do secretário-geral Ban ki-Moon, foi
lamentada pela França, que intensifica seus próprios esforços
por um cessar-fogo.
O presidente Nicolas Sarkozy inicia hoje um giro que o
levará às principais capitais do
Oriente Médio. Um dos pontos
centrais da turnê será a visita a
Damasco, onde pedirá ao presidente Bashar Assad que convença o aliado Hamas a aceitar
uma trégua. O chanceler francês, Bernard Kouchner, disse
ontem no Cairo que a "situação
humanitária em Gaza não pode
ser suportada."
A tentativa de mediação
francesa ocorre em meio a uma
série de outras iniciativas, que
pedem, com nuances importantes (ver quadro ao lado), um
cessar-fogo e o envio de monitores internacionais à região.
No Ocidente, os esforços
franceses rivalizam principalmente com os da União Europeia (UE), que enviou ao Oriente Médio, além de representantes da Presidência tcheca do
bloco, Javier Solana, chefe da
política externa da UE.
Mas a missão é enfraquecida
pela falta de consenso no bloco.
Enquanto a Comissão Europeia e países como Espanha
pressionam por um cessar-fogo
com ênfase na necessidade de
aliviar o drama humanitário
dos palestinos, Itália e Alemanha manifestaram apoio implícito aos ataques israelenses.
No mundo islâmico, Egito e
Turquia tentam atuar diretamente com o Hamas. O Irã pediu aos países muçulmanos que
cortem o petróleo para Israel.
Com agências internacionais
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