São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2009

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Jovem morre em protesto na Cisjordânia

DA REDAÇÃO

Um palestino foi morto ontem por disparos da força de segurança de Israel durante manifestações na Cisjordânia contra a invasão de Israel à faixa de Gaza. Médicos disseram que Mufid Saleh Walweel, 22, foi atingido na cabeça.
Em Ramallah, cerca de 2.000 palestinos foram às ruas com cartazes pedindo a união nacional palestina e o fim da operação israelense.
Entre os manifestantes, que pediram também a intervenção de outros países, estava Mustafa Barghouti, ex-ministro e deputado independente da ANP (Autoridade Nacional Palestina). Para ele, a invasão terrestre de Gaza mostra a "verdadeira face" do Estado judeu.
Os ataques israelenses causaram uma condenação geral nos países árabes e muçulmanos, desde sábado também houve protestos na Europa e nos EUA. Centenas de cidades, desde Teerã (Irã) até Damasco (Síria), assistiram a protestos ontem.
Em Beirute (Líbano), a polícia usou gás lacrimogêneo contra 250 manifestantes que tentavam chegar à embaixada americana. Ninguém se feriu. No final do dia, simpatizantes do Hamas e do Hizbollah (grupo xiita libanês) reclamaram do ataque a Gaza em frente ao prédio da ONU em Beirute.
"Essa batalha vai acabar com um acordo [de paz] para sempre. Essa batalha vai nos mostrar quem são os homens. São eles os que beijam [o premiê de Israel, Ehud] Olmert (...) ou os que têm seu [próprio] sangue nas mãos", disse o representante do Hamas no Líbano, Osama Hamdan, numa aparente referência aos líderes palestinos que conversam com Israel.
Em Istambul (Turquia), mais de 5.000 manifestantes se reuniram. Seguravam bandeiras palestinas e queimaram imagens não só de Olmert mas também de George W. Bush.
No sábado, uma das principais atrações turísticas de Nova York, Times Square, foi tomada por descendentes árabes e do Oriente Médio e incluiu também grupos judaicos antiguerra, estudantes e defensores de um Estado palestino independente.
Eles encontraram um contraprotesto que também ia para o consulado israelense. Além de bandeiras americanas e palestinas, havia cartazes condenando o Hamas.
O maior apoio a Israel, porém, foi em Paris, onde 4.000 pessoas, segundo a polícia, apoiavam a "ação de autodefesa de Israel" e lembravam as "vítimas israelenses do Hamas". O grão-rabino da França, Gilles Bernheim, disse que "nosso primeiro pensamento é para o soldado Gilad Shalit, esse jovem franco-israelense sequestrado desde 2006 em Gaza".

Com agências internacionais



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