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Familiares evitam duelo verbal e rezam pelos seqüestrados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO ENVIADO A BOGOTÁ
A apenas sete quadras da praça Bolívar, onde dezenas de milhares de colombianos protestavam contra as Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia), familares de seqüestrados pela grupo esquerdista preferiram se concentrar
na tradicional igreja Voto Nacional, onde celebraram uma
concorrida missa em favor da
liberação dos reféns.
Ao longo das últimas semanas, os familiares dos seqüestrados se distanciaram do tom
agressivo adotado pela organização das marchas, temendo
que isso poderia fechar as portas para a negociação de um
acordo humanitário.
"Convidamos todos os colombianos a dizer às duas partes em conflito, o presidente
[Álvaro] Uribe e as Farc, que se
sentem para conseguir um
acordo humanitário e a paz na
Colômbia", disse Marleny Orjuela, presidente da Asfamipaz,
associação que reúne familiares de militares e policiais reféns das Farc.
A maioria dos familiares assistiu à missa com camisetas
pedindo um "acordo humanitário" e carregando cartazes
com fotos de alguns dos 43 militares, policiais e políticos considerados "negociáveis" pelas
Farc, que exigem em troca a liberação de cerca de 500 guerrilheiros presos. O prefeito de
Bogotá, o esquerdista Samuel
Moreno, e o ex-presidente colombiano Ernesto Samper
também foram à igreja.
Os familiares celebraram o
recente anúncio das Farc de
que entregarão mais três reféns
políticos ao presidente Hugo
Chávez e à senadora Piedad
Córdoba. Para muitos familiares, há a esperança de que as liberações prosseguirão neste
ano caso os dois continuem na
mediação, dada por encerradas
por Uribe em novembro.
"Estamos com uma felicidade muito grande, porque são
três a menos que estarão lá na
selva, três famílias que estarão
felizes de reencontrar seus seres queridos, agradecemos às
Farc por esse gesto e à Chávez,
cuja gestão deve ser permanente", disse María Teresa Mendieta, mulher do coronel Luis
Mendieta, seqüestrado há mais
de nove anos, mas não incluído
entre os que deverão ser soltos
pela guerrilha.
Em Caracas, Chávez se disse
pronto a receber os três reféns.
"Instamos as Farc a continuarem dando demonstrações desse tipo", disse.
(J.C. e F.M.)
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