São Paulo, terça-feira, 05 de fevereiro de 2008

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Familiares evitam duelo verbal e rezam pelos seqüestrados

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO ENVIADO A BOGOTÁ

A apenas sete quadras da praça Bolívar, onde dezenas de milhares de colombianos protestavam contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), familares de seqüestrados pela grupo esquerdista preferiram se concentrar na tradicional igreja Voto Nacional, onde celebraram uma concorrida missa em favor da liberação dos reféns.
Ao longo das últimas semanas, os familiares dos seqüestrados se distanciaram do tom agressivo adotado pela organização das marchas, temendo que isso poderia fechar as portas para a negociação de um acordo humanitário.
"Convidamos todos os colombianos a dizer às duas partes em conflito, o presidente [Álvaro] Uribe e as Farc, que se sentem para conseguir um acordo humanitário e a paz na Colômbia", disse Marleny Orjuela, presidente da Asfamipaz, associação que reúne familiares de militares e policiais reféns das Farc.
A maioria dos familiares assistiu à missa com camisetas pedindo um "acordo humanitário" e carregando cartazes com fotos de alguns dos 43 militares, policiais e políticos considerados "negociáveis" pelas Farc, que exigem em troca a liberação de cerca de 500 guerrilheiros presos. O prefeito de Bogotá, o esquerdista Samuel Moreno, e o ex-presidente colombiano Ernesto Samper também foram à igreja.
Os familiares celebraram o recente anúncio das Farc de que entregarão mais três reféns políticos ao presidente Hugo Chávez e à senadora Piedad Córdoba. Para muitos familiares, há a esperança de que as liberações prosseguirão neste ano caso os dois continuem na mediação, dada por encerradas por Uribe em novembro.
"Estamos com uma felicidade muito grande, porque são três a menos que estarão lá na selva, três famílias que estarão felizes de reencontrar seus seres queridos, agradecemos às Farc por esse gesto e à Chávez, cuja gestão deve ser permanente", disse María Teresa Mendieta, mulher do coronel Luis Mendieta, seqüestrado há mais de nove anos, mas não incluído entre os que deverão ser soltos pela guerrilha.
Em Caracas, Chávez se disse pronto a receber os três reféns. "Instamos as Farc a continuarem dando demonstrações desse tipo", disse. (J.C. e F.M.)


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