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Uribe sabia de papel de Reyes, diz França
Segundo Chancelaria francesa, Colômbia conhecia negociações internacionais com guerrilheiro para soltura de reféns
Declaração da França subsidia denúncia, feita por Correa, de que ataque no Equador frustrou trato para soltar 11 seqüestrados
DA REDAÇÃO
A Chancelaria da França declarou ontem que a Colômbia
sabia que Paris mantinha contatos com Raúl Reyes, o segundo homem no comando das
Farc, a fim de negociar a libertação de reféns mantidos pela
guerrilha. Reyes foi um dos
guerrilheiros mortos pelas Forças Armadas da Colômbia em
incursão no território equatoriano no último sábado.
O chanceler da França, Bernard Kouchner, já havia lamentado anteontem a morte de Reyes, afirmando que ele era um
dos contatos da diplomacia
francesa com a guerrilha e que
a ação colombiana dificultaria
as tratativas para a eventual
soltura de reféns.
"Tínhamos contatos com
Raúl Reyes e os colombianos
sabiam", disse ontem Pascale
Andréani, porta-voz da Chancelaria da França. Embora tenha reiterado que a França
considera as Farc um grupo
terrorista, Andréani acrescentou que tais contatos integravam os esforços desempenhados não só por seu país, mas por
Suíça e Espanha, na facilitação
da troca de reféns das Farc por
membros presos da guerrilha.
À agência de notícias France
Presse, fontes diplomáticas da
Espanha confirmaram que
Raúl Reyes era o interlocutor
com quem os três países europeus estavam conversando.
Mas, segundo as mesmas fontes, não identificadas, o último
contato se deu em junho de
2007, pois Bogotá "interrompeu o processo".
Para retomar posteriormente esse processo de negociações, o próprio presidente da
Colômbia, Álvaro Uribe, foi à
Europa em janeiro último a fim
de pedir o envolvimento novamente de Espanha e Suíça,
além da França, na tentativa da
troca de reféns por prisioneiros. Sua intenção à época era
esvaziar o papel de seu colega
venezuelano, Hugo Chávez, nas
negociações com a guerrilha.
Esforço frustrado
A declaração de Paris vai ao
encontro de denúncia feita anteontem pelo presidente do
Equador, Rafael Correa, em rede nacional de rádio e TV. Correa disse que a ação militar colombiana frustrou conversas
em andamento para a libertação de 11 reféns das Farc, entre
os quais Ingrid Betancourt, cidadã franco-colombiana cuja
tentativa de liberação está na
pauta do governo francês, do
presidente Nicolas Sarkozy.
Em comunicado divulgado
ontem, o comando das Farc
afirma que Reyes estava negociando uma reunião com Sarkozy para tratar da soltura de
reféns, entre os quais Betancourt. O presidente da França
declarou na semana passada
estar disposto a ir à fronteira
entre Colômbia e Venezuela, se
necessário, para libertar Betancourt -intenção essa que, segundo declaração ontem do Palácio do Eliseu, ainda está de pé.
Com agências internacionais
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